19 de Novembro de 2025 às 17:58

BNDES lança edital de R$ 20 milhões para restaurar a Bacia do Rio Paranaíba em Minas Gerais e Goiás

Parceria do Banco com a Axia Energia destina R$ 20 milhões para revitalizar a Bacia do Rio Paranaíba (GO e MG), no âmbito do Novo PAC

O Rio Paranaíba percorre 1.160 quilômetros até sua foz - Foto: Divulgação/ANA

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, nesta quarta-feira, 19, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA), o “Edital Águas do Paranaíba”, que disponibiliza R$ 20 milhões, metade aportados pelo BNDES e metade pela Axia Energia, para apoiar projetos de restauração ecológica e revitalização de recursos hídricos na Bacia do Rio Paranaíba, abrangendo 61 municípios de Goiás e Minas Gerais. A chamada integra o programa Floresta Viva, que mobiliza recursos públicos e privados para restauração florestal em todos os biomas brasileiros.

O edital tem como foco apoiar projetos de recuperação de áreas degradadas, recomposição de matas ciliares, melhoria da qualidade da água e fortalecimento de cadeias produtivas associadas à restauração florestal. Estão previstas ações de capacitação profissional em etapas como produção de sementes e mudas nativas, plantio, monitoramento e manejo adaptativo, fortalecendo a economia local e ampliando o protagonismo de comunidades em todas as fases dos projetos.

“O que estamos lançando aqui em Goiás e Minas Gerais integra uma agenda que deixou de ser promessa para se tornar entrega concreta: só nos últimos dois anos e meio, o BNDES mobilizou R$ 7 bilhões para recuperação florestal no Brasil, plantou 280 milhões de árvores e gerou mais de 70 mil empregos verdes. O edital Águas do Paranaíba reforça que o Cerrado, assim como a Amazônia, tem um papel estratégico e merece investimentos consistentes em restauração, manejo e proteção de suas nascentes”, disse a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

Governança e participação - Poderão participar da chamada pública instituições sem fins lucrativos — como associações civis, fundações privadas, institutos, fóruns e movimentos — além de cooperativas em qualquer grau de constituição, desde que legalmente estabelecidas há pelo menos dois anos. Os projetos deverão estar alinhados a políticas públicas federais e estaduais voltadas à recuperação da vegetação nativa, e o engajamento de comunidades e povos locais será considerado prioritário.

O Comitê Gestor da CPR-Furnas — com representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ministério de Minas e Energia (MME), sob a presidência do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) — será responsável pela deliberação final sobre os projetos e ações financiados. O secretário executivo da CPR-Furnas, Giuseppe Serra Seca Vieira, secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, destacou a sinergia da iniciativa com programas federais de recuperação hídrica.

“A ação aprovada apresenta grande sinergia com o Programa Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas e atende às diretrizes da CPR-Furnas, ampliando as alternativas de restauração e revitalização dos recursos hídricos por meio de instrumentos complementares voltados à resiliência hídrica do país.”

  • Edital apoiará restauração florestal, proteção de nascentes e fortalecimento de cadeias produtivas locais
  • Iniciativa abrange 61 municípios do Cerrado mineiro e goiano
  • Floresta Viva chega a 15 editais e mais de R$ 470 milhões mobilizados

Axia Energia - A Axia Energia cumpre, desde sua capitalização, compromissos legais relacionados a investimentos em desenvolvimento regional e revitalização ambiental, previstos em lei. A empresa é responsável por 17% da capacidade de geração nacional e 37% das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN), com 81 usinas em operação. O vice-presidente de Regulação, Institucional e Mercado da Axia Energia, Rodrigo Limp, destacou o impacto territorial da iniciativa:

“Ao unir esforços com o Novo PAC e o BNDES, ampliamos a escala da restauração ecológica em uma região estratégica para a segurança hídrica. A recuperação de áreas com espécies nativas melhora a qualidade do solo e a recarga dos aquíferos, beneficiando diretamente as bacias onde operamos.”

Floresta Viva - O Floresta Viva surgiu com o objetivo de firmar parcerias para apoiar projetos de restauração ecológica nos diversos biomas brasileiros, com espécies nativas e sistemas agroflorestais. Até o momento, já foram mobilizados cerca de R$ 470 milhões, sendo metade provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES e metade de parceiros públicos e privados, além do Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW). O programa conta com gestão operacional do FUNBIO e já lançou 15 editais desde 2021, incluindo chamadas nos biomas Pantanal, Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado. Com a segunda fase, o Floresta Viva 2025 amplia o foco para Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica, com aporte inicial de R$ 100 milhões e expectativa de chegar a R$ 250 milhões com novos parceiros.

BNDES na COP - Durante a Cúpula dos Líderes da COP30, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou que o Banco já mobilizou R$ 7 bilhões para conservação, recuperação e manejo de florestas brasileiras desde 2023 — o maior investimento da história do Banco no setor. Os recursos viabilizam resultados como 280 milhões de árvores plantadas, 70 mil empregos verdes, 168 mil hectares restaurados e 54 milhões de toneladas de CO?e capturadas. Esse conjunto de iniciativas integra programas como Arco da Restauração, Restaura Amazônia, Fundo Clima e BNDES Florestas Inovação, consolidando o país como referência global em restauração florestal e bioeconomia de base nativa.

 


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