18 de Fevereiro de 2014 às 22:51

Preocupante: Nível da represa de Nova Ponte caiu mais e agora está a apenas 30,54 do volume útil

No início de fevereiro estava com 32,93 e neste dia 17, o volume útil caiu para 30,54

Na foto, dá para se ver o que a represa de Nova Ponte abaixou de nível nas últimas semanas, quase 3 metros. Para se comparar, no inicio de janeiro, a água estava na forquilha da árvore.

Como pode ser constado nos gráficos abaixo, o nível dos Reservatórios  de Acumulação do Sudeste, que é o caso do Lago da Hidréletrica de Nova Ponte, aqui na nossa região, o volume útil, consequentemente o nível de água, abaixou muito nas últimas semanas devido a estiagem prolongada entre janeiro e fevereiro.

No caso de Nova Ponte, no ínício de fevereiro estava com 32,93 (gráfico acima) neste dia 17, segunda-feira, o volume útil caiu para 30,54 (gráfico abaixo), quase 2,5% em apenas duas semanas. Não foi divulgado o que isso significa em metros, mas pelo menos 2,5 metros de nivel a represa abaixou e isso pode ser constatado visualmente.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) voltou a reduzir a previsão de armazenamento de água, ao final de fevereiro, para os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste, bacia responsável por cerca de 70% da capacidade de gerar energia no país.

Relatório mais recente do ONS aponta que o nível das represas das duas regiões deve ser de 34,2%, em média, no dia 28 de fevereiro. Na semana passada, a previsão do órgão era que o armazenamento fosse de 35,6% no fim do mês. Na primeira semana de fevereiro, essa previsão era de 41,5%.

A revisão das previsões acompanha a queda no volume de água que chegou até os reservatórios das hidrelétricas do SE e CO ao longo das últimas semanas. Esse volume, menor do que o esperado, é resultado da falta de chuvas em pleno verão - normalmente, nesta época do ano as represas de hidrelétricas enchem.

De acordo com o ONS, no domingo (16) o nível das represas do Sudeste e Centro-Oeste era, em média, de 35,54%. O volume de água registrado por esses lagos desde o início do mês é o mais baixo desde 2001, ano em que foi decretado racionamento pelo governo.

Na sexta (14), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, voltou a falar sobre a situação dos reservatórios. De acordo com ele, o risco de faltar energia para atender à demanda do país em 2014 é “mínimo” e a avaliação do governo é que a intensidade das chuvas vai aumentar nas próximas semanas, levando à melhora na situação dessas represas.

Abaixo ,a foto mostra o sol forte, já no final da tarde e a vegetação submersa aparecendo

Abaixo a árvore seca marca onde a represa já esteve no nível 815 metros de altitude

Pior nível desde 2001

O nível dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste é, desde o início de fevereiro, o mais baixo para o período desde 2001, quando foi decretado o racionamento de energia no país.

A queda no armazenamento de água é resultado de uma estiagem que atinge essas regiões desde o começo de 2014 - entre janeiro e meados de fevereiro, a quantidade de água que chegou aos reservatórios equivale a 44% da média histórica. O normal, nesta época do ano, é que essas represas encham para garantir o fornecimento de energia durante a época seca, entre maio e novembro.

Os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste estão hoje, em média,  com 35,36% da sua capacidade. Portanto, para que cheguem ao final de abril com 43%, será necessário que, nos próximos 2 meses, recebam água suficiente para uma elevação de 8 pontos.

O índice deve ser alcançado se os reservatórios receberem entre os meses de março e abril pelo menos 76% da quantidade média de água para esse período.

A previsão considera o final do mês de abril porque é quando termina o chamado período úmido, em que as chuvas costumam ser mais intensas no país. E leva em conta apenas os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste porque nas duas regiões estão instaladas hidrelétricas que respondem por cerca de 70% da capacidade de geração de energia do país.