O choro é uma das formas mais primitivas de expressar nossas emoções. O primeiro choro do recém-nascido é manifestação de vida, atesta sua presença, sua existência neste mundo.  O choro do bebê é, num primeiro momento, um meio de descarregar as tensões presentes no organismo quando experimenta situações de desconforto e insatisfação. Aos poucos, o bebê descobre que seu choro é altamente mobilizador do ambiente e que, através dele, consegue ter atendidas suas necessidades básicas. Com isso aprende a utilizá-lo como forma de se comunicar com o mundo.

No entanto, o choro manifesta significados.  Choramos de rir, de emoção, de dor, de perda, é essencial preservar a manifestação das nossas tristezas e alegrias diante da vida.

Chorar é uma forma que o organismo encontra para destravar o corpo e lavar a alma. As emoções se manifestam no corpo. Por exemplo, quando estamos com raiva, nossos ombros ficam tensos, ficamos vermelhos. Quando tristes, sentimos um “aperto no peito”. Tudo isso nos causa certo desconforto. O choro surge como uma descarga dessa tensão, gerando, posteriormente, uma sensação de relaxamento. Assim, chorar em momentos de vivências emocionais intensas é um meio saudável que nosso organismo encontra pra lidar com essas emoções e reencontrar o equilíbrio.

A nossa cultura apregoa que homem não chora, é preciso rever esse mito. Penso que de certa forma, isso já vem mudando. Afinal, o que distingue o homem da mulher são as características do gênero e não a sua condição de seres humanos. Ou seja, o homem como todo qualquer ser humano, sente dor, tristeza, raiva, alegria, medo e possui as mesmas formas de vivenciar e expressar seu choro.

A sociedade atual ousou a viver a lógica da felicidade a todo custo e o ato de chorar é sinal de fraqueza. Ledo engano! O choro em si é contagiante, quando nos deparamos com o choro de uma pessoa entramos em contato com nossas próprias emoções e acabamos por identificar um pouco de nós na dor do outro.

No entanto, reveja seus choros. Chorar de dor ou chorar de alegria?

Nesse sentido, bem lembra um verso de uma canção do cantor Agnaldo Timóteo: “chorar, pra que chorar? Você deve sorrir, que outro dia será bem melhor”...