7 de Setembro de 2014 às 12:45

Dilma Vana, os/Marina e a Princesa Triste

A “Princesa triste”,que idealizou a bandeira do Brasil, faleceu antes dos 30 anos. Estava grávida (nona gravidez) e suspeita que tenha levado um coice de Dom Pedro no abdômen. È de cortar o coração.

Celebração da Independência é o prato do dia.  Ando vendo  algumas mulheres posar de salvadoras da Pátria, Tudo muito bom tudo muito bem, mas não resisti.  Lendo o livro “1822” de LAURENTINO GOMES. O autor dedica um capítulo inteirinho falando sobre Dª Maria Leopoldina de Habsburgo, a primeira Imperatriz do Brasil, esposa de D. Pedro I. Olha, a gente leu nos livros de história  que nosso primeiro Monarca foi o grande  herói da Independência e ponto. Foi não. Ela, sim, apesar de totalmente esquecida, foi a heroína. Quando, na condição de regente, assinou o decreto que separava o Brasil de Portugal e, então, avisou ao marido com  uma carta. Cinco dias depois da tal assinatura, Dom Pedro recebeu sua mensagem, às margens do Ipiranga: “O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece". E, diante disso, fazer o quê? Teve que proclamar.

Essa mulher era distinta, sensata, culta e discreta, Dom Pedro (sem querer empanar o seu brilho de herói nacional) Não a mereceu. Era mulherengo, (para não dizer tarado) destes que não podia ver um “rabo de saia”...A  “Princesa triste”,que idealizou a bandeira do Brasil, se definhou,  faleceu antes dos 30 anos. Estava grávida (nona gravidez) e suspeita que tenha levado um coice de Dom Pedro no abdômen. È de cortar o coração.

...192 anos depois, a gente aqui vendo a  nossa Búlgara-brasi-mineira – gaúcha, Dilma  Vana Roussef e a "caboclinha camaleônica"  do Acre, Osmarina Silva , por aí desfilando  de “mulheres maravilhas”. Todo respeito as respectivas  biografias. Imagine! Afinal, os/Marina Silva, já sofreu e venceu hepatite, tuberculose leishmaniose, malária, espinhela caída, vento virado,  quebranto, tosse de cachorro, fogo selvagem. Ou seja, Maria OsMarina, é uma coisa louca,mas ai é que está, já que se diz evangélica, lá no Livro Santo diz que: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes”. “Coisas loucas...” “...coisas  fracas...” Será?  Sei lá!

Dilma Lana, por sua vez, também  já  venceu perrengue pra dedéu. Comeu o pão que a turma do Dops, amassou. Mas tinha fogo nas ventas. Líder da resistência, esteve no pau de arara, apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dentária. Venceu um câncer linfático. Venceu o “ruim de sela pra burro”, José Serra. Deu um nocaute homérico no Senador arrogante José Agripino. Venceu os pés de galinha. E suporta lá o bafo etílico de Lula.

Resumindo a ópera: Entre a Dilma e Os/Marina, fico com a Princesa Leopoldina. Grande protagonista da Independência. Sem ela o Brasil maduro para a colheita, apodreceria:

  “A PRINCESA TRISTE   

Um trecho do livro que nos deixa penalizados por essa jovem princesa que viveu tão pouco, (incompletos 30 anos) mas deixou sua marca na História do Brasil, graças ao papel fundamental que teve na Independência. Sim, porque foi ela, junto com José Bonifácio, que a arquitetaram: Bonifácio escreveu a declaração de Independência e Leopoldina a assinou e enviou a D. Pedro, que ainda estava em São Paulo. “Ou seja, do ponto de vista formal, a Independência foi feita por Leopoldina e Bonifácio, cabendo ao príncipe apenas o papel teatral de encená-la na colina do Ipiranga.”(1822, p. 136).

 Leopoldina nascera “no berço mais dourado da época, a corte da Áustria,uma das mais ilustres e educadas da Europa”. Era filha do imperador Francisco I, sobrinha da rainha Maria Antonieta, da França, e irmã de Maria Luísa, segunda esposa de Napoleão Bonaparte. Aos 20 anos, casou por procuração com o príncipe D. Pedro (representado pelo marquês de Marialva) e chegou ao Brasil em 1817, para conhecer seu marido e iniciar sua vida de casada.

  A jovem princesa,na visão de historiadores da época, reunia um conjunto de virtudes notáveis: era inteligente, culta, educada, tinha boas maneiras  e era sensata; mas não tinha o fundamental para o jovem marido: beleza e sensualidade. Era “uma louraça feiarona”, sem garbo de princesa. E, por isso, talvez, acabou tendo o destino da mulher certa casada com o homem errado!

 Chegou ao Brasil cheia de sonhos e curiosidade pelo novo país, de devotamento ao marido e boa vontade para com a nova família. Acostumada à vida de estudos, passeios, à cultura de Viena, caiu aqui numa corte “conservadora, carola, triste e cheia de intrigas”, de gente rude, grosseira. O ambiente era o pior possível: um calor sufocante, mosquitos que infernizavam, os arredores do palácio eram um depósito dos dejetos de seus habitantes, o que causava um mau cheiro pavoroso. A vida cultural era mínima e pobre.

 Nos primeiros anos, manteve as ilusões através do estudo e dos passeios com o marido. Mas, à medida que o tempo passava e as gravidezes e partos ocorriam (teve nove, um a cada ano, delas sobrevivendo 7 filhos), Leopoldina tornou-se uma matrona gorda, rosada e de olhos azuis. Não gostava de usar espartilho, o que deixava à mostra o corpo flácido e de curvas exageradas. Um cronista francês chegou a descrevê-la como “uma cigana malvestida, com os cabelos desalinhados, que pareciam não ter sido penteados havia mais de uma semana”. Também era descuidada nas roupas, muitas vezes velhas, surradas e pouco limpas.

 À medida que Leopoldina se descuidava da aparência, D.Pedro ficava mais abusado em suas aventuras extraconjugais, antes bem dissimuladas. Envolvida com as questões políticas que fervilhavam, vendo as atitudes do marido, sofrendo com seu gênio grosseiro e explosivo, tornou-se uma mulher adulta que encarava a vida sem ilusões. Desiludida com o marido, com a vida social medíocre do Rio de Janeiro e a resignação de que nunca mais voltaria à Europa, começou a entrar em depressão, agravada pelas humilhações públicas das constantes atenções de D. Pedro em relação a Domitila de Castro, sua amante favorita.

 Leopoldina chegou ao ponto de passar dificuldades financeiras e viver de empréstimos junto a agiotas, pois não recebia regularmente a mesada para seu sustento e dos filhos, e também, sendo muito caridosa,  gastava demais socorrendo pessoas necessitadas. Chegou ao ponto de, ao morrer, o parlamento precisar votar uma dotação orçamentária de emergência para pagar os seus credores.

 No dia 29 de novembro de 1826, doente e deprimida, presidiu uma reunião do conselho de ministros. Logo depois, começou a ter febre alta e crises de convulsão. No dia 2 de dezembro abortou o feto de um menino (sua nona gravidez) e morreu no dia 11 de dezembro, um mês antes de completar 30 anos.

 As circunstâncias que envolveram sua morte nunca foram bem esclarecidas. Os boatos da corte e uma carta  que escreveu à sua irmã Maria Luísa, três dias antes de morrer, em que faz alusões veladas a um “atentado horroroso”, indicam que teria tido uma discussão violenta com D. Pedro, na presença de Domitila, e que este a teria agredido com um pontapé no abdômen.

  A notícia de sua morte comoveu toda a cidade, especialmente o povo, que a amava. Assim, terminou de maneira trágica a vida da jovem princesa austríaca que viera para o Brasil cheia de sonhos. Mas ela não viveu em vão. Apesar de morrer com  incompletos 30 anos, deixou ao país o legado da sua independência, que ela arquitetou e ajudou a consolidar, com cartas escritas ao pai e ao sogro,  intercedendo pelo reconhecimento desta. Quem hoje em dia conseguiria tanto? Só os predestinados!