29 de Março de 2014 às 21:05

Detento em regime domiciliar é morto a tiros depois de tentar tomar arma de policial militar

Ele agrediu e tentou arma de policial, antes de ir em direção a viatura tentar pegar espingarda

O presidiário em regime domiciliar Marcos Fábio Prata Teodoro, 25 anos, vulgo “Budinha” ou “Papinha”, foi morto na manhã de ontem durante uma abordagem policial. Ele foi alvejado por um tiro no momento em que tentava pegar uma carabina, calibre 12mm, dentro da viatura da Polícia Militar. Antes, o presidiário havia tentado retirar a pistola ponto40 do coldre do suboficial, comandante do turno. Outros quatro homens que estavam na abordagem foram presos por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas no local, conhecido como “Beco dos Budas”.

Conforme apurou o Jornal da Manhã, por volta de 8h, o oficial do dia (CPU), subtenente da Polícia Militar V.D.A., 57, e o motorista da viatura, o cabo D.S.B., 27, se deslocaram até a rua Nicolau Baldassare, no bairro Jardim Seriema, para apurar denúncia da presença de possíveis autores de roubo à mão armada. Ao se aproximarem do local, conhecido nos meios policiais como “Beco dos Budas”, avistaram cerca de seis homens em atitude suspeita e que estavam fazendo uso de maconha. Os policiais militares pararam a viatura e deram ordem para que os homens encostassem na parede para que fossem feitas buscas pessoais. Um dos abordados resistiu à ordem e entrou em luta corporal com o cabo da Polícia Militar e motorista da viatura do oficial do dia. Em seguida, fugiu do local.

De forma repentina, o presidiário que se encontrava cumprindo pena em regime domiciliar Marcos Fábio Prata Teodoro surpreendeu com um golpe conhecido como “voadora” nas costas do cabo PM, chegando a jogá-lo ao chão. Percebendo que os militares estavam em desvantagem, os outros quatro abordados partiram para luta corporal com os dois policiais. O presidiário Marcos Fábio foi em direção ao subtenente e inicialmente tentou pegar sua pistola ponto40, que estava no coldre, mas, como não conseguiu, foi em direção à viatura policial. Quando tentava pegar a espingarda marca CBC, calibre 12mm, que estava no interior do carro de polícia, foi advertido várias vezes pelo subtenente para cessar a ação. Como não obedeceu, os dois policiais militares efetuaram um disparo cada um, sendo que um dos projéteis acertou a testa do presidiário Marcos Fábio, que caiu ao solo.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada pelos militares e chegou rapidamente ao local. O médico e socorristas do Samu aplicaram os primeiros socorros, mas o presidiário morreu a caminho do pronto-socorro do Hospital de Clínicas da UFTM.



Com a chegada de várias equipes de policiais militares, os outros quatro abordados foram presos: os desocupados M.D.R.S., 18; Wesley da Silva de Oliveira, 25; D.Y.S., 19, e um menor, de 17. O quinto abordado conseguiu fugir, deixando um blusão de frio no chão, com duas porções de maconha em um dos bolsos.

Segundo os autores presos, eles estavam usando maconha vendida pelo autor que fugiu. Ele era o traficante de drogas do local. Durante a confecção do Registro de Defesa Social (Reds) foi constatado que o abordado Wesley da Silva Oliveira, um dos que agiram com extrema violência contra a ação policial, era procurado pela Justiça. Estava foragido desde 27 de dezembro de 2013.
Já o presidiário morto possui várias passagens pela polícia, principalmente pelos crimes de furto e tráfico de drogas. Conforme apurou a reportagem junto à Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), Marcos Fábio Prata Teodoro, vulgo “Budinha” ou “Papinha”, saiu da penitenciária Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas, no dia 3 de dezembro do ano passado e estava de prisão domiciliar. Ele é um dos integrantes da chamada “família Buda”, conhecida pelos inúmeros crimes cometidos por alguns de seus integrantes, entre eles, homicídio, tráfico de drogas, furto e roubo.

O cadáver de Marco Fábio Prata Teodoro foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e, depois de necropsiado, liberado para velório e sepultamento.

Os dois militares envolvidos na ocorrência, segundo o supervisor do turno, 1º tenente PM Vagner Morais, tiveram suas armas de fogo apreendidas e foram recolhidos ao 4º BPM. O tenente concluiu dizendo que “o subtenente e o cabo da Polícia Militar estão à disposição da Justiça Militar. Isso não significa que são culpados. Trata-se de procedimento determinado em legislação”.