23 de Junho de 2014 às 21:48

Cafeicultores Brasileiros já venderam 90% da safra 2013/14 e 18% da safra 14/15

Nos meados do mês de maio o USDA soltou a previsão da safra brasileira 14/15, onde apontou 49,5 milhões de sacas de 60 Kg. Assim o possível cenário é que até o final da colheita, o mercado, especialmente o interno, tende a seguir pressionado, diante do au

Colheita de café a pleno vapor - Foto de Eduardo Mosca

Nos meados do mês de maio o USDA soltou a previsão da safra brasileira 14/15, onde apontou 49,5 milhões de sacas de 60 Kg. Alguns números falavam em safra em torno de 45 milhões ou abaixo disso. Com essa previsão e a colheita iniciada o mercado se alterou e as cotações do grão caíram. Já a Conab publicou a sua previsão no mesmo mês onde ficou em 44,5 milhões de sacas de 60 kg, o que contradiz a previsão do órgão norte?americano em 5 milhões de sacas. 

A previsão oficial Brasileira de 44,56 milhões de sacas ainda ficou acima das expectativas do setor produtivo, que devido a estiagem eram apontados uma safra abaixo de 43 milhões. Esse fato aumentou o otimismo em relação ao tamanho da safra nacional, repercutindo negativamente sobre os preços. O comprador se acomodou e já não demonstra o mesmo interesse dos primeiros meses do ano, dando prova de que já não está mais preocupado com a estiagem no Brasil.

Assim o possível cenário é que até o final da colheita, o mercado, especialmente o interno, tende a seguir pressionado, diante do aumento da oferta. A previsão da Conab para o café arábica foi de 32,23 milhões de sacas de 60 kg e a do USDA foi de 33,10 milhões, sendo muito próximos estes números. Assim, como o Brasil  exporta  praticamente  café  arábica  devido  a  baixa  participação  do robusta  nas  exportações,  esse fato colaborou mais ainda para a queda nas cotações. 

O rendimento dos frutos colhidos, que tem caído em torno de 15 a 25%, ou seja, precisa?se de mais café em coco para uma saca de beneficiado. Essas perdas de rendimento deve?se fundamentalmente a estiagem e tem variações em função da idade da lavoura, dos tratos culturais e da irregularidade de maturação de grãos devido ao início de safra.

Outro ponto de alta relevância e que pode influenciar diretamente no mercado é o tamanho da peneira, o qual preocupa bastante e segundo alguns produtores, boa parte da produção está com peneiras abaixo da 13, o que normalmente faz com que esse café fique no mercado interno. De qualquer maneira, o percentual elevado de cafés com peneira baixa implica, normalmente, em preços mais baixos para o bica corrida, o que é péssimo para o cafeicultor.  

No  mercado  interno,  o  Indicador CEPEA/ESALQ  para  o  arábica,  do  tipo  6,  bebida  dura    teve  média  de  R$ 429,28/saca de 60 kg em maio, queda de 4,48% em relação ao mês anterior. Muitos produtores venderam seus cafés no início do movimento de alta e já comprometeram um volume grande do seu potencial produtivo.  

As vendas de cafés desta safra de maneira geral são poucas ainda, particularmente de arábica. A queda nos preços deixam os cafeicultores mais apreensivos e aguardando melhores oportunidades de negócios. 


COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ:

 Produtores Brasileiros já vendeu 90% da safra 2013/14 e 18% da safra 14/15. Segundo  o  acompanhamento  mensal  da  Safras &  Mercado  junto  a  produtores,  cooperativas,  secretarias  de agricultura e corretores das principais regiões produtoras do país apontou vendas de 90% da safra 2013/14. Uma evolução de 5 pontos percentuais em comparação a março. Em um cenário de cautela e incertezas quanto à produção real da atual safra brasileira de café, a comercialização diminuiu o ritmo. Os preços baixaram no mês de maio e seguindo a mesma tendência em junho, acarretando um recuo nas vendas.  

LAVOURA: A COLHEITA GANHA DESTAQUE FASE  DE  DESENVOLVIMENTO: 

 Encontra?se  em  fase  de  maturação  –  período:  abril?julho.  De  acordo  com  as estações de avisos fitossanitários da Fundação do Procafé  (Varginha/MG), em média observou?se 7,1 nós por ramo no Sul de Minas e 8,7 no Cerrado Mineiro.valores inferiores às médias históricas. O enfolhamento é melhor no Sul de Minas e o desenvolvimento no cerrado.  

ÍNDICE DE  CHUVAS:  

Segundo o Boletim  de Avisos  Fitossanitários  da  Fundação  Procafe, os  índices  de  chuvas 
registrados para o Sul de Minas em maio ficaram abaixos da média histórica. Com isso as regiões de Varginha, Carmo  de  Minas  e  Boa  Esperança  aumentaram  o  déficit  hídrico,  enquanto  Muzambinho  permanece  com armazenamento. Já para a região do Cerrado os índices de chuvas registrados em maio ficaram acima da média histórica para Patrocínio e Araguari, respectivamente com acréscimos de 36,7 e 28,2 mm e para Araxá foi 17,8 mm abaixo da histórica. Com isso nessas três regiões não há excedente nem déficit hídrico.  

PRAGAS E DOENÇAS: 

As condições climáticas no Sul de Minas em maio favoreceram a evolução da ferrugem, aumentando  a  infecção  média  nas  regiões  de  29,8  %  para  40,4%  de  folhas  infectadas.  Esta  evolução  indica tendência de forte pressão tardia da doença. Atentar para possíveis ataques de bicho mineiro em junho e verificar a presença de minas com larvas vivas neste próximo mês. 

No  cerrado os  índices de  infecção média de ferrugem nas regiões aumentaram de  25,5 para 49,7 % de folhas infectadas. Esta evolução também indica tendência de forte pressão tardia da doença. A phoma começou a evoluir sua incidência. Deve?se estar atento ao início de lesões e desfolhas, principalmente nas áreas com histórico de ocorrência. Os  índices  de  ataque  de  bicho  mineiro  continuam  elevados  em  Patrocínio  e Araguari  e  de  ácaro vermelho em Araguari, recomenda?se monitoramento para estas pragas.  Com informações do informativo Conjuntural da Seapa Jun. 2014.