29 de Agosto de 2020 às 08:14

Café em alta e dólar em baixa na sexta-feira, 28/08

Saiba detalhes do mercado

INFORMATIVO DIÁRIO - EXPOCACCER

CAFÉ

-- Nesta sexta-feira, a cotação do arábica na ICE encerrou o dia em alta, cotado à 126,35 cents/lb (+ 400 pontos) no vencimento dezembro/20.

A semana terminou com valorizações expressivas para o mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US). As cotações voltaram a subir com o real subindo + 2,70% para uma alta de uma semana em relação ao dólar.

Dezembro/20 teve alta de 400 pontos, valendo 126,35 cents/lbp, março/21 teve alta de 365 pontos, negociado por 127,35 cents/lbp, maio/21 teve alta de 365 pontos, negociado por 128,45 cents/lbp e julho/21 também encerrou com alta de 129,40 cents/lbp, negociado por 129,40 cents/lbp.

Segundo análise do Conselho Nacional do Café (CNC), destacou que em semana volátil e de imprevisibilidade, preços foram puxados por compras de fundos e perda de força do dólar. Segundo dados divulgados pela Safras & Mercado nesta sexta-feira (28), a colheita de café da safra 2020/21 chegou a marca de 96% até o dia 25 de agosto. Na semana anterior, o índice era de 94%. A Safras tem como estimativa uma produção de 68,1 milhões de sacas de quilos para o Brasil em 2020/21. Com base nesses números, o levantamento indica que já foram colhidas 65,31 milhões de sacas. Conforme vem sendo notado também em outras análises, a colheita está atrasada em relação ao ano passado, quando 99% da safra estava colhida no período. Os trabalhos estão levemente acima da média dos últimos 5 anos, que é de 95%. 

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que a redução das taxas de remuneração do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) vai ajudar a cafeicultura na retomada do crescimento econômico pós-pandemia. A decisão está na Resolução 4.849, publicada após a aprovação do voto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em sua reunião mensal ordinária realizada na quinta (27), e vale para as para as linhas de custeio, estocagem, aquisição de café e capital de giro. A taxa de remuneração do Funcafé é um dos componentes dos juros das linhas de financiamento do fundo, juntamente com o spread bancário. Para custeio e estocagem, os juros serão de, no máximo, 5,25% ao ano. A redução foi possível porque a taxa de remuneração do Fundo caiu de 3% para 2,25%. Com a taxa de remuneração fixa de 2,25% para o fundo, o spread bancário, calculado pela diferença entre os juros e essa taxa de remuneração do Funcafé, será, no máximo, de 3%. Desta forma, as linhas para custeio e estocagem serão fixadas em 5,25% ao ano. A medida era uma das principais demandas da CNA para o cafeicultor, acompanhando os movimentos de queda da taxa de juros para o crédito rural. Antes de ser aprovada pelo CMN, a decisão teve o aval do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), composto por representantes de toda a cadeia produtiva. Esta é a segunda queda na taxa de remuneração do Funcafé em 2020. Em junho, logo após o Plano Safra, houve redução de um ponto percentual desta taxa, passando de 4% para 3% ao ano. Com a nova redução de 0,75 pontos percentuais, anunciada pelo CMN na reunião de agosto, foi possível reduzir em 1,75% a remuneração do fundo, diferença que chega efetivamente ao produtor rural e reflete em uma queda de, no mínimo, 25% em comparação com as taxas praticadas no ano passado. Além de um teto para o spread cobrado pelos bancos, já realizado em anos anteriores, a CNA avalia que as taxas podem ser ainda menores de acordo com a classificação de risco do cliente, pois o agente financeiro pode abrir mão de parte do spread como mecanismo de redução dos juros ao cliente final.

Tecnicamente, os principais pontos de suporte no arábica são observados em 129.95 e posteriormente em 128.15. Já resistências vistas em 119.75 e 123.05.

De acordo com a Somar Meteorologia, tempo seco na maior parte das áreas de café pelos próximos dez dias. A chuva ocorre apenas entre o Espírito Santo e o sul da Bahia com acumulado de até 20mm e na zona da Mata de Minas Gerais com acumulado inferior aos 5mm. Temperatura em elevação com madrugadas menos frias e tardes cada vez mais quentes.

DÓLAR

O dólar comercial fechou hoje em baixa, cotado à R$5,4170 (- 2,83%).

Foi a maior queda diária em quase três meses, desde 2 de junho (-3,23%). Com o resultado, a moeda acumulou queda de 3,41% na semana, interrompendo uma sequência de quatro altas semanais. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 1,51%, a 102.142,93 pontos, emendando a segunda alta semanal, de 0,61%.

No noticiário doméstico, os holofotes continuavam sobre a saúde fiscal do país, em meio à expectativa de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresente em breve alguma forma de compensar os gastos extraordinários do governo com medidas de combate à crise do coronavírus. Recentemente, embates entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro sobre o valor do programa Renda Brasil despertaram temores sobre um possível furo do teto de gastos, além de terem levantado boatos de que o ministro deixaria seu cargo.

No exterior, ontem, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) apresentou uma nova estratégia agressiva para levar o país de volta ao pleno emprego e conduzir a inflação a níveis mais saudáveis, elevando as expectativas de que os juros no país seguirão próximos a zero por um bom tempo. A mudança na política monetária dos EUA sinaliza manutenção dessa expansão de liquidez e a aceitação de qualquer inflação mais alta, o que desvaloriza a moeda norte-americana frente ao mundo. Investidores tendem a buscar outros mercados, como o brasileiro, quando os juros estão baixos nos EUA. 

Claudio Castello Branco Ribeiro Filho Expocaccer / Departamento Comercial


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