A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apreendeu, durante operação realizada na sexta-feira (11/12), uma carreta com 10,8 toneladas de fios de cobre, avaliadas em cerca de R$ 1 milhão. O material estava armazenado na cidade de Santa Bárbara, região Central do estado, e tinha como destino a região metropolitana.
O delegado Gustavo Barletta explica que "as investigações apontam que esses fios são subtraídos no centro da cidade de Belo Horizonte e na região metropolitana". Ainda, segundo o delegado, a apreensão está vinculada a uma cadeia grande de suspeitos de receptação e, por isso, as investigações ainda estão em andamento.
O esquema
A PCMG investiga os envolvidos em um esquema cíclico de cobre, material de alto valor no mercado financeiro, utilizado na indústria e nas áreas de elétrica e engenharia. Essa cadeia acarreta diversos prejuízos em empresas desses segmentos.
Barletta explica que o esquema tem início quando as pessoas, muitas vezes usuárias de drogas, furtam fios de cobre. "Essas pessoas furtam esses fios e vendem por preços insignificantes para pequenos receptadores, no centro de Belo Horizonte, Contagem e outras cidades. Elas vendem para receptadores que ficam com o dinheiro a pronto comércio para comprar seja de quem for. São pequenas quantidades. É um trabalho de 'formiguinha', a pessoa furta um quilo, dois quilos e o receptador vai lá e compra", detalhou.
Depois disso, a pessoa que comprou o material revende para outro receptador. "Esse pequeno receptador já vai em outro intermediador, que seria um médio receptador. Ele vai pagar um preço um pouco maior", continuou o delegado.
A cadeia prossegue, pois, em seguida, esse último que compra o material se conecta com ferros velhos, onde as pessoas envolvidas compram maior quantidade de fios de cobre. Posteriormente, um empresário alvo da investigação e eventuais outros suspeitos compram a carga da carreta e, geralmente, derrete esse cobre em siderúrgicas, transformando-o em barras de cobre, com peso aproximado entre 25 e 30 quilos. "A partir do momento em que ele derrete esses fios, ele quebra totalmente a possibilidade de você chegar a origem", explicou.
Ainda, segundo o delegado, é a partir da confecção dessas barras de cobre que o material tende a voltar ao mercado lícito, quando novamente o material é derretido em fios de cobre e o ciclo se renova.
Barletta explica que há duas possibilidades do material voltar ao mercado lícito: elaboração de notas falsas e/ou utilização de notas duplicadas. "Pegam notas verdadeiras, mas não são notas daquele material, são notas de outro material, que eles já teriam comprado anteriormente e, a partir do momento em que derretem esse material, você já não consegue dizer se aquele cobre é realmente daquela nota ou não", detalhou.
Com isso, as investigações também estão apurando sonegação fiscal, além de receptação qualificada e organização criminosa.
Com informações da Polícia Civil
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