O telefone toca, do outro lado a voz, amiga e inconfundível:”Milton, vai sair agora? Então “tô chegando ai” Alguns minutos depois chega, em nossa casa o patrocinense/carioca RONDES MACHADO.
Embora tenha deixado Patrocínio aos 21 anos na década de 50, mudando-se, inicialmente para Belo Horizonte, três anos depois, seguia para o Rio de Janeiro, onde se fixou e trabalhou como contador da Caemi, (mais tarde assumida pela Vale), nunca esqueceu das suas origens. Rondes, hoje aposentado, três filhos bem criados, um netinho, maravilhoso, nos brinda sempre com sua memória privilegiada.
Um exemplo de quem não esquece o solo sagrado, onde o coração deu as primeiras batidas, deixou o colo para os primeiros passos, aprendeu as primeiras letras; onde teve os primeiros sonhos, os primeiros gols, os primeiros amigos, a primeira namorada, a primeira viagem de trem...RONDES MACHADO,é este exemplo. Radicado no Rio de Janeiro, há anos, de vez em quando, por alguns dias, ele troca o Corcovado, pela Serra do Cruzeiro;o Jardim Botânico, pela Matinha; o Ap. na rua Maria Angélica, pela casa verde abacate na Praça do T.G. Em suma, ele troca a cidade maravilhosa,por outra que ainda vai chegar lá.
E como se lembra da vida em Patrocínio. Foi um craque, entre craques: “Considero alguns poucos jogadores de futebol da minúscula Patrocínio dos anos 50, como capazes de terem integrados os grandes times profissionais do país na época, e até a seleção brasileira de 1950” Ele, modestamente, não se inclui, mas testemunhas são unânimes de que nosso craque do Dom Lustosa, Ipiranga e Flamengo do "Véio do Didino" enchia os olhos dos torcedores em memoráveis atuações no estádio Quincas Borges, se tivesse seguido carreira, seria certamente, uma das estrelas com fã clube no cenário nacional.
Entretanto, Dr Augusto Antunes, perderia um excelente contador e minha biblioteca não teria um grande incentivador e nossa fraternal amizade, talvez não existisse.
Seu Botafogo subiu para a primeira divisão, já ganhou meus Parabéns; meu Corinthians, venceu o Brasileirão 2015, já ganhei os seus Parabéns... Lamentamos pelo ocorrido em Mariana. Rondes, desejou que seu patrão Dr Augusto estivessse vivo, a forma humana como ele tratava todos os assuntos faria diferença.E mais um desfile de prosa sobre o Patrocinio de ontem, hoje e e sempre.
Conheci, Rondes, em 2007, através das páginas do JP, onde assinava uma coluna, ele, como leitor nos enviou uma carta, desde então, conheci um dos seres humanos mais deslumbrantes.. E lá vem puxão de orelha, quando ele discreto que é, souber deste texto: ”Mílton, ta faltando assunto?”. Tá não meu, amigo. Nada mais relevante e sincero meu amigo!
Bem-vindos a “Santa Terrinha” Rondes e Carminha!