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PATROCÍNIO (MG) – Chegou hoje ao fim, no plano terreno, uma linda história de amor e cumplicidade entre o Dr. Vicente de Paula Arantes e sua esposa, Cilma Silva da Boa Viagem Arantes, que faleceu no dia 10 de junho de 2025, aos 90 anos. Poucas horas depois, faleceu o Dr. Vicente, casado com Cilma há 67 anos.
No dia 6 de dezembro de 2025, o advogado Vicente de Paulo Arantes completaria 98 anos, dos quais 61 dedicados à advocacia.
Leia aqui a nota de falecimento de sua esposa Cilma Silva da Boa Viagem Arantes e a qualquer momento a nota de falecimento de Dr.Vicente.
Uma história pessoal rica e uma vasta folha de serviços prestados.
Com uma vasta folha de serviços prestados à comunidade (e também ao Brasil, já que colaborou na implantação do programa Polocentro, que viabilizou a cafeicultura e e a agricultura no Cerrado), seja na política — como vereador, presidente da Câmara, assessor, procurador do município e secretário municipal (em diversas gestões) —, destacou-se como um dos sócios fundadores da EDEPA – Empresa de Desenvolvimento de Patrocínio S.A.; um dos fundadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patrocínio; colaborador na implantação do programa Polocentro na região; e pioneiro no plantio de soja e café. Foi ainda sócio fundador da Acarpa e da Expocaccer, um dos fundadores do Catiguá Tênis Clube — sendo seu primeiro presidente —, presidente da 65ª Subseção da OAB-MG por dois mandatos e fundador, junto a companheiros, da Sociedade de Apoio e Recuperação a Dependentes Químicos – Amaravida, da qual foi presidente.
Em 2019, recebeu merecidamente a Medalha Desembargador Hélio Costa, condecoração concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a personalidades que prestaram relevantes serviços ao Poder Judiciário Estadual.
Vicente de Paula Arantes nasceu em Patrocínio em 15 de abril de 1927, filho de Sérvulo de Paula Arantes e Filomena Marques de Arantes.
Casou-se em 1º de julho de 1958 com Cilma Silva da Boa Viagem Arantes. Dessa união nasceram dois filhos Vicente de Paula Arantes Jr., Cláudio Luciano Silva Arantes, que suas noras lhe deram netos e bisnetos.
Cursou o primário no então Grupo Escolar Honorato Borges, hoje Escola Municipal Honorato Borges. Em seguida, concluiu o ginásio no Ginásio Dom Lustosa, sob a direção dos padres holandeses da Congregação dos Sagrados Corações.
Iniciou o curso científico no Colégio Regina Pacis, em Araguari, transferindo-se depois para o Colégio Dom Silvério, em Sete Lagoas. Prestou vestibular para a Faculdade de Direito da UFMG, graduando-se em 11 de dezembro de 1956.
Durante a graduação, lecionou nos colégios Tristão de Athayde, Padre Machado e Roosevelt.
No início de 1954, assumiu a secretaria da Escola Técnica de Comércio de Minas Gerais e, posteriormente, a direção do curso noturno da mesma instituição, onde permaneceu até sua colação de grau em Direito.
Iniciou a carreira profissional na comarca de São João Evangelista, atuando também em Peçanha, Guanhães e Sabinópolis, destacando-se como advogado criminalista até transferir-se para Patrocínio, em 1960.
Exerceu a advocacia na comarca de Patrocínio desde 1961 até os últimos dias.
Na política, atuou como consultor jurídico da prefeitura no governo de Enéas Ferreira de Aguiar. Foi vereador na Câmara Municipal de Patrocínio de 1962 a 1983, exercendo a presidência por vários anos.
Como vereador, trabalhou pela implantação do Plano Diretor de Patrocínio, pela inclusão do município no sistema da CEMIG, pela regulamentação do Estádio Júlio Aguiar e pela criação do Colégio Estadual Dom Lustosa. Contribuiu ainda para a implantação da Escola Agrícola Sérgio de Freitas Pacheco e para a transferência de seu patrimônio ao município, posteriormente repassado à Fundação Educacional de Patrocínio. Promoveu a aplicação da legislação trabalhista na prefeitura e a expansão da rede elétrica rural, entre outras iniciativas.
Foi um dos fundadores do Catiguá Tênis Clube, seu primeiro presidente, e um dos sócios fundadores da EDEPA – Empresa de Desenvolvimento de Patrocínio S.A., criada para financiar agroindústrias na região dos cerrados.
Participou da fundação da Telecomunicações de Patrocínio S.A., posteriormente incorporada pela TELEMIG, e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patrocínio, onde presidiu o Conselho Diretor da Fundação Educacional. Em sua gestão, criou-se a Faculdade de Fisioterapia.
Foi assessor jurídico dos prefeitos João Alves de Queiroz, Waldemar Martins Lemos, Afrânio Amaral e Olímpio Garcia Brandão. Como secretário municipal de Educação no governo Afrânio Amaral, implantou a primeira escola rural nucleada e firmou convênio com a APAE para auxiliar crianças com dificuldades de aprendizado.
No governo do prefeito Olímpio Garcia Brandão, exerceu o cargo de assessor jurídico, acumulando com a presidência da Câmara. Trabalhou ativamente pela introdução da cafeicultura no cerrado, sendo pioneiro no plantio de café no Chapadão de Ferro em 1972-1973.
Foi um dos fundadores da ACARPA (Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio) e da Expocaccer, integrando suas diretorias por múltiplos mandatos.
Na OAB, presidiu a 65ª Subseção (MG) por dois mandatos, mantendo-se como advogado militante em Patrocínio até o fim da vida.
Junto a outros companheiros, fundou a AMARAVIDA – Sociedade de Apoio e Recuperação a Dependentes Químicos, da qual foi colaborador até recentemente.
Foi procurador geral do município de Patrocínio de 1º de agosto de 2007 a 31 de dezembro de 2008.