Fonte: PM e Sejusp 

Um policial penal foi morto a tiros por um detento na madrugada deste domingo (3), durante escolta no Hospital Luxemburgo, na Região Centro-Sul da Capital Mineira.

Segundo registro da Polícia Militar, durante o turno da Guarnição Tática Móvel, esta foi acionada via rádio com a informação de que um detento teria dado entrada no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte, escoltado por policiais penais, e que funcionários da unidade hospitalar teriam ouvido disparos de arma de fogo no decorrer da noite. Em seguida, relataram que um indivíduo trajando fardamento da Polícia Penal e portando uma bolsa teria deixado o hospital.  

(Euller Rocha, policial penal morto em hospital durante escolta — Foto: Reprodução)

A guarnição deslocou-se imediatamente para o local, onde apurou que o autor, identificado como Shaylon Cristian Ferreira Moreira, que se encontrava internado no Hospital Luxemburgo para tratamento médico, desde o dia 27/07, às 14h05, teria se aproveitado de um momento de descuido do agente penitenciário da escolta para tentar subtrair sua arma de fogo. Houve luta corporal entre o preso e o policial penal, ocasião em que o autor conseguiu tomar a arma do agente e efetuou dois disparos, atingindo-o.  

Na sequência, o autor subtraiu uma bolsa e o fardamento do policial penal, evadindo-se das dependências do hospital. A vítima foi identificada como Euler Oliveira Pereira Rocha, policial penal, que sofreu duas perfurações por arma de fogo. O atendimento médico foi prestado pelo médico da unidade hospitalar. Apesar das tentativas de reanimação, a vítima não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito no local.  

Com base nas informações recebidas, foi iniciado um cerco policial nas imediações, e solicitado apoio da aeronave Pegasus para auxiliar nas buscas ao autor. Posteriormente, na Rua Gentios, um veículo Fiat Cronos branco aproximou-se da guarnição, que de imediato ordenou que o condutor, um motorista de aplicativo, parasse. Durante a aproximação tática, os militares visualizaram no banco traseiro um indivíduo trajando roupas escuras tentando esconder o rosto.  

Ao realizar busca veicular, foi abordado e identificado o autor, Shaylon, que naquele momento ainda vestia o fardamento da Polícia Penal e portava a bolsa furtada. 

No interior da bolsa, foram localizados:  02 pistolas IMBEL MD7, calibre .40, pertencentes à Polícia Penal;  01 pistola Taurus 838, calibre .380; 60 munições .40;  05 munições .380; 04 carregadores IMBEL .40; 01 carregador Taurus .380.  

No hospital, em contato com uma testemunha, integrante da equipe de enfermagem, esta relatou que se encontrava no corredor próximo ao bebedouro quando ouviu gritos de “Perdeu! Perdeu!”, seguidos por dois estampidos semelhantes a disparos de arma de fogo. Tentou-se abrir a porta do quarto, mas alguém a impediu pelo lado interno, dizendo para aguardar. Pouco depois, o autor abriu a porta afirmando que "estava tudo tranquilo". A testemunha relatou ter visto respingos de sangue no chão e o autor lavando as mãos ensanguentadas na pia. Em seguida, o autor deixou o quarto rapidamente, já trajando o uniforme do policial penal.  

A equipe percebeu que se tratava do preso e não do agente e, ao entrarem no quarto, encontraram o policial caído no solo. Foram iniciadas manobras de reanimação, porém sem êxito. Diante da situação, a equipe acionou a PM via 190, relatando o ocorrido.  

Ainda durante o rastreamento, apurou-se que, no momento da fuga, o autor entrou em contato com uma mulher, moradora próxima, solicitando auxílio para chamar um carro de aplicativo, alegando que sua mãe estava passando mal e ele não possuía telefone. A testemunha, acreditando tratar-se de um policial devido ao fardamento, realizou a chamada via aplicativo Uber. O motorista do veículo abordado confirmou que recebeu uma solicitação de corrida e, após buscar o passageiro, foi abordado pela guarnição policial. No momento da abordagem, o autor pediu que ele não parasse, mas o condutor acatou a ordem policial, permitindo a prisão do autor.  

Compareceram ao hospital para os trabalhos periciais peritos criminais. O autor relatou que sofreu um corte na testa ao cair durante a fuga pela via pública, não sendo possível precisar se o ferimento ocorreu nesse momento ou durante a luta corporal com o policial penal. Ele foi posteriormente atendido no Hospital João XXIII.  

Nota da SEJUSP

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP) informa que instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente o episódio ocorrido na madrugada deste domingo (3/8), no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte.  

Um preso de 24 anos, que estava internado para tratamento médico desde o dia 27/7, entrou em luta corporal com um dos policiais penais da escolta, tomou a arma e atirou contra o servidor. O policial penal foi imediatamente socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O preso conseguiu fugir, mas foi capturado em seguida pela Polícia Militar. As investigações criminais estão sob responsabilidade da Polícia Civil.  

O detento havia sido admitido na Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, no dia 14/7, e possui passagens pelo sistema prisional desde 2018, respondendo a diversos inquéritos por crimes como tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio.  

A SEJUSP lamenta a morte do servidor e se solidariza com familiares, amigos e colegas do policial penal.