A Polícia Civil de Patos de Minas montou uma força-tarefa para investigar as denúncias de abuso sexual contra crianças em uma escola municipal. Em entrevista coletiva no final da manhã desta segunda-feira (25), os delegados envolvidos na apuração explicaram como é feito o trabalho de investigação, a coleta de provas e exames e o motivo de não ter solicitado a prisão preventiva do suspeito. Desinformações que circulam nas redes sociais preocupam as autoridades. Do lado de fora, mães fizeram uma manifestação cobrando justiça.
O Chefe do 10º Departamento da Polícia Civil de Patos de Minas, Jean Pierre Batista Neves, destacou que vem atuando firmemente nas investigações dos possíveis abusos acorridos contra as crianças. A suspeita de abusos recai até o momento contra 3 crianças e não há elementos que indicam que possam ser 09 crianças, como vêm circulando nas redes sociais. “O grande número de desinformações tem causado grande preocupação”, destacou.
O chefe do departamento também falou sobre a comoção gerada pelo caso e tranquilizou as famílias que todo o trabalho vem sendo realizado. Ele alertou a sociedade que justiça com as próprias mãos, como aconteceu com o homem que abriu fogo contra o carro do suspeito, constitui crime e que isso não é lícito. “Pedimos a toda população que confie nas autoridades.” Ele citou o caso da Escola Base em que houve uma denúncia, prisões e toda a instituição foi prejudicada, mas que depois verificou-se que se tratava de uma falsidade.
A Delegada da Delegacia de Proteção à Família, Tatiana Paiva, destacou o trabalho intenso que tem sido feito e que tudo precisa ser provado. Já foram ouvidas 5 mães até o momento e duas crianças foram avaliadas pelo médico legista. “Os prontuários das outras 3 crianças ainda não chegaram até a Polícia Civil”, disse. Ela ressaltou também que 06 investigadores estão a campo em busca de provas e os outros delegados estão apoiando os trabalhos.
Ela esclareceu que as crianças, por terem de 4 a 5 anos, serão ouvidas em procedimentos especiais no Fórum de Patos de Minas. Reforçando que muito tem sido feito para dar uma resposta para a sociedade sobre os possíveis abusos, a delegada também destacou a insegurança que tem gerado as fake news que vêm circulando. Ela mencionou a história de outro professor que também vem sendo apontado pelos abusos e esclareceu que não tem nada a ver com o caso.
A delegada ainda explicou que não foi pedida a prisão preventiva do suspeito porque ainda não há elementos para a solicitação. “A desconfiança apresentada pelas mães não apontou a data do ocorrido, não sendo possível indicar quando ocorreram os abusos, não reunindo elementos para a prisão. Não estamos defendo ele”, concluiu.
O Médico Legista Paulo Uejo destacou que foram feitos os exames em duas crianças e foi verificado que não houve conjunção carnal, somente atos libidinosos, o que deixa a comprovação mais difícil. “Foi coletado material para exame e encaminhado para análise, sendo que ainda não há resultado. As vestes das crianças foram verificadas. O telefone dele está apreendido e encaminhado para a perícia. “Tem que ter prova. Somos pais de família, temos que usar todo empenho para chegar à verdade”, afirmou.