18 de Junho de 2016 às 11:23

O creme facial personalizado de R$ 15 mil que usa DNA do usuário

Clínicas nas grandes metrópoles mundiais prometem tratamento antienvelhecimento personalizado baseado em DNA.

Entrar pelas portas da Geneu é como ter uma visão de um futuro onde reina a beleza perfeita. Mulheres esbeltas, adornadas com saltos altos, blazers brancos e batom vermelho flanam pelo endereço, que fica bem ao lado de algumas das lojas de grife mais exclusivas de Londres.

Estamos em uma clínica de estética onde as prateleiras estão forradas de produtos que custam espantosas 3 mil libras (ou quase R$ 15 mil).

Mas por que algumas pessoas estão dispostas a pagar tudo isso por um creme facial? Porque, segundo a Geneu, trata-se de um cosmético absolutamente perfeito: a empresa alega usar o DNA de cada cliente para elaborar um tratamento exclusivo e que só funciona para aquele indivíduo.

Análise da saliva

A empresa afirma que o interesse de jovens profissionais endinheirados por usar informações genéticas na busca pela eterna juventude é cada vez maior, e que suas vendas só crescem. A moda também está ganhando mais adeptos em outras grandes metrópoles do mundo, como Nova York, Los Angeles e Cingapura, e ainda no Oriente Médio e na Rússia.

Os especialistas da Geneu recolhem a saliva do cliente para analisar seu DNA. Um teste básico pode trazer resultados em 30 minutos, por uma taxa extra. Ou é possível esperar 48 horas para que a amostra seja analisada por um laboratório no Imperial College, uma das mais prestigiadas universidades britânicas.

O objetivo é identificar o potencial antioxidante de cada cliente, pois, segundo a clínica, isso ajuda a entender como a pele pode se proteger naturalmente contra o envelhecimento.

Uma pesquisa realizada em 2014 pelo instituto Canadean junto a 2 mil consumidores britânicos, revelou que 45% se interessam por uma abordagem científica dos cosméticos para os cuidados com a pele. Destes, 54% disseram que estariam dispostos a oferecer amostras de sangue, pele ou cabelos para obter produtos personalizados.

Um exemplo é a administradora Martine Peremans, que vem utilizando esses produtos há dois anos e conta que, apesar de não  notar resultados diariamente, percebe diferenças imediatas quando para de usar os cremes.

"Esses produtos fizeram muito mais por minha pele do que qualquer outro creme ou soro que eu já usei", diz. "Eu realmente acredito que se trata de uma nova fronteira em termos de tratamentos cosméticos."

Essa abordagem de alta-costura para a beleza é apenas uma das várias maneiras como pessoas com alto poder aquisitivo estão se atirando na onda de ter seu DNA analisado.

Nos Estados Unidos, por exemplo, empresas como a AncestryDNA fatura com testes que, segundo ela, revela a verdadeira herança étnica de um indivíduo.

Já os exames mais "sérios" alegam que podem mostrar a predisposição de alguém a doenças genéticas como a fibrose cística ou o mal de Parkinson, apesar de as próprias empresas que fazem esses testes destacarem que não há garantias de que a doença se desenvolva com certeza.

Por causa das diferenças herdadas em genes específicos, a amplitude e a natureza das respostas do organismo aos agentes externos variam de pessoa para pessoa. É também por causa dos genes que nem todos nós temos tendência à diabete ou a problemas cardíacos, ou porque cada indivíduo responde de uma maneira a mudanças na dieta ou na atividade física.

Fonte BBC Brasil - Leia a reportagem completa


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