Os cafeicultores receberam com otimismo a notícia da aprovação do registro definitivo de produtos para controle da broca-do-café. Foram anunciados os registros do Benevia (DuPont), que possui ingrediente ativo Ciantraniliprole e o Volian Targo (Syngenta) formulado a partir das moléculas Chlorantraniliprole e Abamectina.
A expectativa é que em breve sejam anunciados novos produtos para broca-do-café, baseados na Portaria DSV nº5, de 21 de agosto de 2015, de definição da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Seriam estes o Metaflumizone (VerismoBasf) e a combinação dos princípios Bifentrina + Acetamiprido (UPL 138 FP BR UPL). Também é tido como prioritário o registro do Fluensulfone (NimitzAdama), utilizado contra nematoides nas culturas do café, soja, cana-de-açúcar, citros e batata.
REPRESENTAÇÃO
Para Marcelo Queiroz, presidente da Acarpa, as medidas anunciadas é uma vitória para os produtores. Ele lembra que a Acarpa tem se empenhado em mobilizar a cadeia produtora, a indústria e os órgãos competentes para que medidas efetivas fossem tomadas em relação ao controle e combate à broca-do-café. Desde 2013, no evento Seminário do Café, promovido anualmente pela entidade, a broca-do-café foi tema de debates e palestras.
Especialistas compartilharam pesquisas, produtores colocaram pessoalmente a Ministros e autoridades a necessidade de produtos efetivos ao controle da praga. “Durante o Seminário do Café pudemos reunir toda a cadeia do café e colocar a preocupação das consequências da broca após a proibição do Endosulfan. Mobilizamos a indústria, cooperativas, o Conselho Nacional do Café, Ministério da Agricultura, IBAMA e agora estamos tendo respostas positivas. Este é o papel da entidade como representante dos produtores”, afirma.
O presidente da Acarpa lembrou também que os produtores terão mais opções para negociar, podendo reduzir seus custos. “Há 3 anos o produtor tem tido bastante prejuízo em relação à broca. As novas moléculas facilitarão o controle da praga, além de alternativas para que o produtor faça a diminuição do seu custo”, ponderou Marcelo Queiroz.
Em nota, o Conselho Nacional do Café se manifestou dizendo que a aprovação dos registros definitivos de ambos os produtos é fundamental para que se evite uma infestação da broca, a qual não possui efeito prejudicial à saúde, mas tem como principal prejuízo a depreciação dos grãos. Para cada 5% de frutos atacados, até 1% apresenta defeito, interferindo diretamente na renda dos produtores. Isso porque a broca ocasiona perdas quantitativas de até 20%, pois, nos casos de infestação máxima, pode atingir 12 kg em cada saca de 60 kg de café beneficiado. O CNC agradeceu ao empenho do Mapa para a viabilização dos produtos, mas reiterou a necessidade de que mais defensivos sejam analisados e registrados, porque se faz necessária a competição mercadológica para evitar sobrepreços por falta de concorrência.