14 de Fevereiro de 2014 às 23:42

Jornalista que denunciava políticos é morto a tiros em município do Rio

Ele era dono do jornal de circulação semanal Panorama Regional

O jornalista Pedro Palma, 47 anos, foi assassinado ontem na porta de casa, no município de Miguel Pereira,  centro-sul fluminense, com três tiros.  Ele era dono do jornal de circulação semanal Panorama Regional. A polícia informou que todas as linhas de investigação estão sendo analisadas e os parentes da vítima serão chamados para serem ouvidos na delegacia.

Moradores da cidade estão com medo de falar sobre o assunto. Um comerciante local, que não quis se identificar, disse que há suspeitas de crime político, pois o jornalista denunciava irregularidades cometidas por homens públicos da região. “Aqui é uma cidade pequena, todo mundo se conhece, acho difícil você conseguir que alguém fale sobre isso”, comentou o comerciante.

De acordo com a Polícia Civil, Palma chegava à sua casa por volta das 20 horas,  na localidade de Portela, quando foi abordado por dois homens armados e vestidos de capacete, em uma moto. A vítima foi atingida por três tiros e morreu no local. A perícia da cena do crime já foi feita e o corpo de Pedro foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal de Barra do Piraí para ser necropsiado.

As investigações estão em andamento na 96ª Delegacia de Polícia, em Miguel Pereira, que instaurou inquérito policial para apurar o homicídio. O velório será feito no Miguel Pereira Atlético Clube no fim da tarde de hoje.

O jornal Panorama Regional era distribuído há 18 anos nas cidades de Miguel Pereira, Paty do Alferes, Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin,  Valença, Mendes, Paraíba do Sul, Piraí e Vassouras. A região tem, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 500 mil habitantes.

 

Outro caso

Na noite de 11 de junho do ano passado, José Roberto Ornelas de Lemos, de 45 anos, diretor do jornal "Hora H", que circula na Baixada Fluminense, foi assassinado numa padaria na cidade de Nova Iguaçu. A vítima foi atingida por 44 tiros.

Três pessoas que estavam na padaria contaram à polícia que Lemos estava no balcão, de costas para a rua, quando um Gol prata, com quatro homens encapuzados, estacionou em frente ao estabelecimento. De dentro do veículo, os criminosos abriram fogo e fugiram logo em seguida.

À época, a polícia divulgou que a principal linha de investigação era a de o que crime tenha sido motivado pela linha editorial da publicação. O jornal, de perfil popular, é conhecido por estampar em sua capa fotos de pessoas mortas. Também faz várias denúncias de crimes contra policiais e bandidos, além de supostos casos de corrupção em órgãos públicos da região.