24 de Abril de 2018 às 16:21

Frei Ederson esclarece sobre vídeo com seu depoimento compartilhado por senadora petista

Segundo Frei Ederson não esteve em Curitiba para estar com Lula, mas participava de Encontro da Família Franciscana do Paraná e foi até o acampamento em frente a PF para estar com as pessoas

Depois da polêmica que foi gerada nas redes sociais após publicação de um vídeo em que Frei Ederson  gravou durante manifestação em Curitiba, atendendo a nossa reportagem o religioso explicou sua real intenção. Leia aqui a reportagem e veja o vídeo

Segundo ele, "Não estou aqui para me defendendo. Meu único interesse é esclarecer, para que a mentira não passe a ser a verdade!"

Em nota Frei Ederson diz:

"Fui a Curitiba assessorar um Encontro da Família Franciscana do Paraná. O encontro aconteceu dias 21 e 22/4 no anfiteatro do Colégio Bom Jesus. Cheguei a Curitiba no final da tarde do dia 19. No dia 20 fui ao acampamento próxima da PF. Meu objetivo era encontrar-me com aqueles que ali estavam. Não tinha o interesse de visitar os presos na PF, pois, sou sabedor de que estes recebem visitas de familiares e advogados. Não é o meu caso nas duas circunstâncias".

O Papa Francisco tem dito repetidamente da necessidade de uma Igreja em saída, que seja como hospital em tempos de guerra.  Afirma tambémpreferir uma igreja ferida por caminhar com o povo, do uma igreja estéril de sacristia".

Tenho levado muito a sério as exortações do Papa, aliás, quando fui ordenado a 31 anos atrás, assumi como lema e compromisso: "Anunciar Cristo aos Crucificados!" E tenho pautado minha vida sacerdotal nesta direção. Minha ida ao acampamento, portanto, foi no desejo de fazer-me presente junto das pessoas que ali se encontram a dias, muitos deles membros de movimentos sociais e pastorais da igreja.

Sempre ouvi de leigos: a igreja nos ensina que é missão de leigo transformar o sociedade, participando dos movimentos sociais, sindicais, políticos e outros, e quando assumimos, ela nos abandona.

Lá encontrei (em Curitiba) ministro da Eucaristia, da comunidade de Divino (MG), membros das Comunidades Eclesiais de Base, da Comissão Pastoral da Terra, de Grupos de reflexão bíblica, da Pastoral da Criança, da Pastoral da Juventude, leigos franciscanos. Enfim, uma gente de Igreja e tristemente ouvi: não veio um padre nos visitar, rezar conosco, nos fortalecer. Líderes de outras religiões lá se faziam presentes.

Pediram-me então, um momento de oração. Reunimos numa esquina e rezamos, cantamos e abençoamos. A entrevista foi logo depois da oração.

No vídeo, se vocêc prestar atenção, digo que conheci a realidade dos pobres antes e depois dos governos Lula/Dilma e pude acompanhar uma melhoria de vida e de inclusão social.

Disse ainda, que atualmente vejo o crescimento da pobreza e desmonte das políticas sociais. O que não é novidade, basta ver os índices oficiais, e as reformas do governo.

Não disse de apoio a candidaturas, não disse que ali representava a Igreja, nem Minas Gerais, nem Patrocínio. Disse: sou Frei Éderson Queiroz, frade Capuchinho, Patrocínio, MG. Mas, quando se quer deturpar se valem de tudo.

O vídeo da entrevista foi produzido pelo Jornal Brasil de Fato e Mídia Ninja, não fui eu. E estas mídias publicaram e a senadora Gleisi Hofmann compartilhou na sua página no facebook..

Tenho certeza de uma grande número dos que se manifestam nem ouviram o que falei, caso contrário teriam entendido.  Estão colocando em.minha boca o que não disse.

Não li os comentários, pois aprendi com o Papa Francisco, que, quando você lê publicações de pessoas azedas, você fica azedo.

Então, sigo em paz, meu caminho, não sabendo de quem se manifestou a favor ou contra a entrevista. O que soube, foi por uma mensagem da Mônica Otero no grupo do WhatsApp.

Hoje, vivemos o que é chamado neofascismo, uma intolerância com as diferenças, um descuido no trato humano. Portanto, uma exclusão de quem pensa diferente e é diferente. Há uma espécie de neurose coletiva, tudo é comunismo, vão trocar a bandeira, vão tomar as propriedades... Até confundem: políticas públicas, direitos humanos, inclusão social com comunismo. Tamanha ignorância... O nosso problema no Brasil não é o comunismo, mas esta economia excludente, depedrativa, no dizer do papa: uma economia sem coração. Que gera desigualdades, violência, marginalidade.

Trago aqui uma palavra de São Francisco de Assis, a seus frades, portanto, a mim também:
"Os frades devem estar satisfeitos quando estão no meio de gente comum e desprezada, de pobres e fracos, enfermos e leprosos e mendigos de rua" (lRg n. 9,3). São Francisco de Assis.
Então, eu estava onde São Francisco nos indicou para estar.

 


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Paulo Silva e Souza | 7 anos atrás

O Frei Ederson por Minas Gerais me representa. Precisamos de mais amor e menos ódio...