PIB. Esse indicador é o mais importante de uma economia. Seja municipal, estadual ou nacional. O Produto Interno Bruto–PIB é o valor monetário, é a medida em moeda de todos os bens e serviços finais produzidos num período (ano ou mês, por exemplo), na agropecuária, indústria e serviços, por uma unidade da federação (estado ou município ou região ou país). No final de 2013, a Fundação João Pinheiro–FJP divulgou o PIB de Minas. Com dados de 2011. Patrocínio perdeu posições. Aconteceu a mesma coisa recentemente com outros indicadores tais como o VAF, Índice FIRJAN e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Retrocesso. Queda geral. O do PIB foi assim.
CENÁRIO – Sem novidade, BH, Betim, Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora e Uberaba, nessa ordem, lideram o PIB mineiro. Indústria, serviços e agropecuária o formam. No componente agropecuário, Patrocínio é destaque. O que não é surpresa. Mas de maneira decrescente, o que gera certa preocupação.
RANKING DA AGROPECUÁRIA – No Alto Paranaíba–Triângulo–Noroeste, Patrocínio é o 6º lugar, o que corresponde ao 24º lugar no Brasil. Assim, quanto ao Valor Adicionado (VA) da agropecuária, Uberaba é o 1º lugar em Minas. Seguem Unaí (2º), Perdizes (3º), Paracatu (4º), Uberlândia (5º), Patrocínio (6º), João Pinheiro (7º), Frutal (8º), Araguari (9º) e Coromandel (10º).
ANÁLISE – Como se observa, Patrocínio perdeu duas posições. Em 2010, era o 4º lugar com 1,4% do VA do Estado. Em 2011, o valor adicionado da agropecuária – VA caiu para 1,2%. O que provocou o tombo do 4º para o 6º lugar em Minas. E do 14º lugar no Brasil (2010) para o 24º (2011). Ao contrário, Unaí, Perdizes, Paracatu, João Pinheiro e Frutal aumentaram as suas participações (%). Subiram na tabela de classificação.
COMPROVAÇÃO – Dessa maneira, é fácil concluir que o PIB–Agropecuária explica a estagnação patrocinense no VAF, como mostramos na edição passada. Especificamente, o segredo de Uberaba encontra–se no milho, cana–de–açúcar, soja, batata inglesa e laranja. Além, é claro, da pecuária. Daí, é um município com a economia diversificada. Unaí, outro município que ultrapassou facilmente Patrocínio, tem o seu desenvolvimento fundamentado pelo cultivo de cana–de–açúcar, pela produção de soja, feijão, sorgo, milho (2º de Minas), trigo (4º de Minas), café, banana, laranja e bovinos (2º plantel de Minas). Unaí é outro exemplo de diversificação na economia.
OUTROS EXEMPLOS DE DIVERSAS FRENTES ECONÔMICAS – A pequena Perdizes, à frente de Patrocínio, também tem na cana–de–açúcar o seu segredo. Somada, é claro, às culturas do trigo (maior produto de Minas), milho (3º de Minas), batata inglesa, soja, café, maracujá, tomate, cebola e feijão. Paracatu, que deixou Patrocínio para trás, tem explicação na cana–de–açúcar, soja e pecuária e até no algodão herbáceo. Uberlândia, como Patrocínio, perdeu posições na agropecuária. Porém, compensa, com sobra nos componentes indústria e serviços. O que Patrocínio não faz, de jeito nenhum. Ou seja, dos três componentes do PIB, Patrocínio tem presença significativa apenas em um (agropecuária).
ENFIM, A CLASSIFICAÇÃO NA REGIÃO – O PIB Total (agropecuária+indústria+serviços), por ordem de grandeza, no Triângulo–Alto Paranaíba–Noroeste é: Uberlândia (1º), Uberaba (2º), Araxá (3º), Patos de Minas (4º), Araguari (5º), Ituiutaba (6º), Paracatu (7º), Patrocínio (8º), Unaí (9º), Frutal (10º), Monte Carmelo (11º) e João Pinheiro (12º lugar).
SÓ PATROCÍNIO – O valor do PIB patrocinense é de R$ 1.753.145.000,00. Significa o dobro do PIB de Monte Carmelo, praticamente empata com o de Unaí, e, é apenas 10% do uberlandense. Quanto aos vizinhos mais próximos, Patos de Minas tem um PIB maior do que Patrocínio em R$ 500 milhões e Araxá em R$ 1 bilhão.
CONCLUSÃO (I) – O PIB do Alto Paranaíba teve o seu desempenho explicado pelas lavouras temporárias como as de batata inglesa, soja, milho e cana–de–açúcar. Na lavoura permanente, o café foi o único destaque. A atividade industrial também colaborou com o PIB com a produção de ferro ligas, preparação do leite e laticínios, adubos, fertilizantes e fabricação de álcool. No componente serviços o comércio atacadista do café e de defensivos agrícolas é a mais significativa presença no PIB.
CONCLUSÃO (II) – Patrocínio depende do café. É pouco para se ter uma grande economia. O Município precisa de diversidade econômica. Ou seja, de alternativas econômicas. E, mais uma vez, ficou comprovado pelo PIB, que o leite in natura que Patrocínio exporta para outros municípios (Patos, principalmente) é prejuízo, em termos de municipalismo. Por fim, Patrocínio necessita de um estatista. Que pense Patrocínio como uma unidade política, administrativa e geográfica. Pensar Patrocínio como quintal de “negócios” e de “posturas partidárias e de grupos” dá nisso. Progresso pífio.