6 de Outubro de 2020 às 18:27

Comissão de segurança da ALMG pede reforço em investigação do assassinato de Remis em Patrocínio

Família de vereador assassinado Cássio Remis busca apoio da Comissão de Segurança Pública, para que culpado seja punido.

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Fonte: ALMG Foto:Daniel Protzner

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ouviu, nesta terça-feira (6/10/20), a esposa e o irmão do ex-vereador de Patrocínio (Alto Paranaíba), Cássio Remis, morto no último dia 24 de setembro. Eles pediram que a comissão acompanhe de perto as investigações, para evitar que o acusado, o ex-secretário de Obras do município, Jorge Marra, seja eventualmente beneficiado pelo poder econômico e político que sua família tem na cidade e região. 

Por meio de requerimento, assinado pelo presidente da comissão, Sargento Rodrigues (PTB), e pelos deputados Luiz Humberto Carneiro (PSDB), João Leite (PSDB) e Gustavo Santana (PL), será enviado pedido ao chefe de Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner Pinto de Souza, para que uma equipe da Delegacia Especializada de Crimes contra a Vida de Belo Horizonte seja deslocada para Patrocínio com a máxima urgência possível, para acompanhar o inquérito.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

A necessidade de reforço nas investigações foi destacada pelo advogado da família do ex-vereador Cássio, Márcio Leonardo Grossi. Apesar de destacar o trabalho que vem sendo feito pela equipe da Polícia Civil local, o advogado teme que haja tentativas de “obstrução da justiça”, principalmente depois que descobriram que alguém teria tentado recuperar, clandestinamente, os arquivos que estavam no celular do ex-vereador.

O inquérito que investiga as circunstâncias do assassinato do ex-vereador está na fase de oitiva de testemunhas, segundo o próprio advogado. E Jorge Marra está preso preventivamente. 

Tendo visto o vídeo gravado no momento do crime, que foi divulgado por vários veículos de comunicação, o deputado Sargento Rodrigues classificou o crime como "bárbaro assassinato, cometido por motivo torpe, a sangue frio e na luz do dia". O parlamentar lembrou outros crimes brutais que chocaram a sociedade, mas cujos responsáveis, infelizmente, foram soltos pouco tempo depois. 

Providências - Como desdobramento da reunião, foram aprovados requerimentos para que a Comissão de Segurança Pública vá até à Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público, em Belo Horizonte, pedir que o órgão acompanhe a apuração do homicídio; e que também leve o caso ao Tribunal Regional Eleitoral em Minas Gerais.

O deputado João Leite, autor desse último requerimento, solicita que a Justiça Eleitoral acompanhe o desenrolar dos fatos em Patrocínio, por causa da possível motivação política do crime. 

Vereador teria sido assassinado por se opor à atual administração da cidade

A audiência para ouvir os familiares do ex-vereador foi realizada a requerimento do deputado Luiz Humberto Carneiro, companheiro de partido e amigo de Cássio Remis. A esposa, Nayara Cristine de Queiróz Remis, agradeceu aos deputados pela acolhida e destacou sua luta para que haja justiça: "Pedimos ajuda para que a lei seja cumprida, e que a impunidade não prevaleça em Patrocínio. Ele só lutava pela democracia, pelo direito de se expressar".

Aos parlamentares, Nayara Remis contou que o ex-vereador já vinha sofrendo ameaças há muito tempo, pelas denúncias que fazia, mas nunca acreditou que os adversários fossem capazes de assassiná-lo. Na opinião da esposa de Cássio Remis, o crime foi premeditado e o objetivo do agressor era também o de tomar o celular do ex-vereador, onde estariam guardados documentos, vídeos e várias denúncias contra o executivo municipal.

Segundo seu irmão, Marcos Remis dos Santos Filho, Cássio Remis sempre atuou cumprindo sua obrigação de fiscalizar o Executivo de Patrocínio, e por isso foi morto. Ele agradeceu à população da cidade pelo apoio que tem dado à família enlutada.

A possível motivação política para o crime foi destacada, ainda, pela deputada federal por Minas Gerais, Greyce Elias (Avante), majoritária em Patrocínio e que também participou da audiência. "A política é ferramenta para melhorar a sociedade e deve ser pautada pelo debate de ideias. Mas, infelizmente, ainda vemos muitos traços de coronelismo e opressão ali em Patrocínio", disse ela.

"A população está acuada, com medo. Não podemos achar que um crime desses é normal", disse a deputada, que também defendeu mais agilidade da Justiça e multas mais severas para crimes eleitorais, cometidos por candidatos ou agentes públicos.


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