Café combina com...Uai, tudo! Com amizade e boa prosa, principalmente. Uma sólida e autêntica amizade, merece ser regada com um bom café. E por falar em amizade e café, pegue lá a sua xícara, leitor. Açucar, adoçante ou nenhum dos dois? Puxe a cadeira, que lá vem uma saborosa história sobre o café e gostaria de te ver ligado. E ao dizer “ligado” estou parafraseando, ninguém menos do que o notável escritor francês, Honoré de Balzac. Foi ele que disse: “O café é a bebida que desliza para o estômago e põe tudo em movimento." Fala sério! O café já ganhou até uma cantata de Bach.Como já pode notar, estaremos bem acompanhados destacando a segunda bebida do mundo.
A bebida mais eclética, mágica e democrática do planeta, que, peregrinou por continentes, teve seu o berço na Etiopia, (onde se diz que as cabras comiam o fruto e saiam dançando, imagine a cena, rsrs) aportou no Brasil, apaixonou-se pelas montanhas de Minas, mas, encontrou, seu lócus preferido no coração dos patrocinenses.
Foi mais ou menos como o vôo improvável do besouro. O grãozinho vermelho sempre foi seletivo, e, até então, se dava bem apenas em “boa cultura”. Em Patrocínio, antes dos anos 70, não era diferente. Produzia-se em escala mínima no município, com “produção apenas para o gasto”. (Com honrosas exceções de pioneiros em cultivar o produto no cerrado, a exemplo do Sr. Altair Olímpio de Oliveira a família Moisés) A partir dos anos 70, depois de forte geada no norte do Paraná e oeste de São Paulo, o pessoal do Palácio do Planalto, passou a ver com bons olhos o Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. Surgiu, então, o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados - O Polocentro. Leia-se, das raras vezes na história do agronegócio, em que a mão do governo, ao invés de, só atrapalhar, ajudou a força do trabalho produtivo. Surgiu o “Eldorado da Cafeicultura”. Nada de agente mágico. Foi a receita do sucesso, foi trabalho inteligente, determinado e organizado.
En passant, aqui entra em cena os desbravadores com suas histórias épicas do nada ao tudo. Histórias, as quais, sonho em vê-las contadas e expostas em vasto e rico acervo de um “Memorial da Cafeicultura”, que urge ser fundado tendo Patrocínio com sede.
Tal e qual o besouro que é uma afronta aos princípios da engenharia, em Patrocínio e região, a cultura do café, quebrou tradições e paradigmas, chegou no agreste e improdutivo, cerrado e pavimentou de flor branca o caminho da nova economia.
Isto é fato. Números do IBGE, confirmam. E não oscilam muito em três anos. A produção do café Arábia no município, em 2012, superou 64 mil toneladas, mais de 2% da produção nacional. È vitória puxando vitória. O moderno Café do Cerrado, hoje, tem até, certificado de “Indicação de Procedência”. Ou, seja, o café patrocinense, possue, desde então, o status de uma região vinicultora, como a dos Vales dos Vinhedos na Serra Gaúcha; Champagne da França; queijos da Suíça; Vinhos do Porto em Portugal; Tabaco de Cuba... Café Made in Patrocínio. Boa procedência e qualidade são palavras mágicas no mercado mundial.
Isto posto, isto dito, lembro-me da frase:“A vida é muito curta para tomar cafés ruins,” e vem a pergunta que não quer calar: “Em Patrocínio (mercado interno) se pode saborear um café puro? Ou, como reza a lenda urbana, o café de fina qualidade, vai pra fora e a gente bebe uma gororoba aqui?" Responde ou passa? Respondo: Existe café e existe café. Tem uma meia dúzia de cinco cafés tops em Patrô. Não se pode jogar tudo num bule comum... Ou, café combina com o quê mesmo?
Durante os 13 primeiros dias de Dezembro, o casal de patrocinnese radicado no Rio de Janeiro, Rondes Machado e Carminha Cherulli, esteve em Patrocínio.Uma das coisas que faço com incontida satisfação, é acompanhar o referido amigo em giros de carro pelas ruas, praças e bairros da cidade. Ele, com sua mente privilegiada, discorre sobre o passado, presente e futuro da cidade natal, que ama, embora teve deixá-la há tantos anos.
Como todo patrocinense de quatro costado, quando regressa, não abre mão de levar produtos que são as primícias da terra. Entre outras mineirices e patrocinidades como, queijos, doces, licores, potes de mel, polvilho, lá está ele- o café patrocinense. Qual café nosso conterrâneo tem levado em seu alforje, mais de duas vezes? Apenas uma curiosidade. E voilà!
Avenida Faria Pereira, sentido leste.Destino:”Torrefação Ouro de Makena Ltda”. Alguns minutos depois, embora não tivesse agendado uma visita, o empresário, Thiago Miranda de Oliveira, já nos recepcionava e dava aulas de A a Z sobre o processo de produção do Café Ouro de Makena e Café Bica.Thiago,(dispensa comentário, mas, é de bom alvitre comentar) é graduado em direito, diretor administrativo do Grupo Reunidas e sócio proprietário da Café Ouro de Makena; foi secretário municipal de desenvolvimento econômico sustentável e turismo. Idealizador do evento “Mapa da Mina”. Jovem liderança, mas, com now-how, até para se candidatar a direção do executivo municipal. Entretanto, não integra mais o entourage do atual governo e a secretária que ocupou, encontra-se acéfala!? Não entendo mesmo o arraial político... Enquanto, Thiago, com toda transparência e desenvoltura nos explicava que a matéria prima é de produção própria; que empresa, é detentora de Alvará Sanitário; possui o Certificado MUNDIAL UTZ, uma espécie de “Código de Conduta”, com rígidos critérios sociais, econômicos e ambientais em toda cadeia produtiva, surge o momento epifânico! Saiu uma chávena do Café Goumet Ouro de Makena, realmente, fico com o rótulo, "O mais nobre dos especiais".Um misto de arte e sabor, para cafeólogo e cafezeiro nenhum botar defeito.
Instantes seguintes, chega na roda, José Carlos Dias.(Também dispensa comentário, mas é de bom alvitre, comentar) Sócio no Café Bica, (que celebra um ano de sucesso mercado). José Carlos, é radialista, desportista, com mais de 40 anos no Sistema Difusora de Rádio; Criador do Troféu Polivalente e Comenda Pedro Alves do Nascimento. Foi Diretor Executivo da Revista Presença; é sócio da Monte FM, em Monte Carmelo.Voluntário da Igreja Católica, empreendedor social e coordenador da Feijoada da Apae. Ou, seja no quesito "Indicação de Procedência", mais um show de credibilidade do empreendimento.
Contudo, a boa aceitação e notoriedade das marcas Café Goumet Ouro de Makena e Café Bica, não gera acomodações nos empresários. A ordem é crescer, inovar, abrir novas frentes. Um dos sócios nos revelou, que estuda entrar numa licitação para fornecer um novo produto para a cesta básica e a possibilidade de buscar parceria para, quem sabe, forcecer um ‘blend’ especifico para a Gol - Linha Aéreas Inteligentes. Café combina com transparência, também. É importante saber quem está por trás do seu café, da semente á xícara.
Momento cult. Sabia que a locação do filme Vazio Coração, de Alberto Araújo, foi realizada na Fazenda do Café Ouro de Makena?Numa de suas lavouras de café, foram gravadas cenas com os atores Lima Duarte e Murilo Rosa.
O nome MAKENA, foi baseado em um filme, onde Gregory Peck e Omar Sharif lutam para descobrir um lendário esconderijo de ouro, nesta espetacular aventura no Velho Oeste. No território do Arizona de 1870, Marshal Sam Mackenna (Peck) é a única pessoa viva que conhece o tortuoso caminho para o fabuloso "Canon del Oro."
Quanto ao nome CAFÉ BICA, no português de Portugal, café é "bica"! Isso porque os primeiros cafés expressos de Lisboa eram vendidos, curiosamente, numa cafeteria chamada A Brasileira.O gosto não agradou aos portugueses. Então, a loja criou um slogan para atrair a clientela. Dizia: "Beba Isso Com Açúcar". A frase ficou tão conhecida que as iniciais (BICA) passaram a significar cafezinho por lá. (Ôta mente suja! Devido ao José Calos Dias ser atleticano, gente, imaginando que “Bica” tivesse a ver com o Galo Mineiro...mas, o Thiago é cruzeirense, viu? rsrs)
Quem puder que salte de alegria, celebre lá do seu jeito, pois a emblemática saga do saboroso café, do Continente Africano, até o Coração Patrocinense, só tem atributos que merecem tributos!
Café combina com...uai, tudo! Cascatinha e Inhana, Bach, Jazz, Reggae, Samba e Suingada boa: