Os Sargentos Paulismar e Melo e soldado Matheus do 2º Pelotão do Corpo de Bombeiros de Patrocínio integraram a força tarefa na busca de desaparecidos do rompimentode duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, que causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em
Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira (5). A lama que desceu pelo Rio Doce provocou a morte de peixes e animais e prejudicou o abastecimento de água em várias cidades.
Os militares encontraram um corpo de uma pessoa sem vida, animais e peixes mortos, veículos levados e construções destruídos pela lama.
Os donos da Sanmarco são a Vale à anglo-australiana BHP, que estão disponilizando equipamentos e homens, mas isso não a isenta do grave dano ambiental e social que provocou, bem como das mortes das pessoas.
A força tarefa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais conta com militares inclusive de outras cidade.
Segundo a BBC Brasil o trágico episódio em Mariana (MG) está longe de ser
a primeira grande crise a manchar à imagem da anglo-australiana BHP Billiton – a maior mineradora do mundo em valor de mercado em 2014 e uma das sócias da Samarco junto com a Vale –, mas pode se tornar o episódio mais fatal em um empreendimento da empresa até hoje. De acordo com a BHP, o acidente com maior número de mortes em projetos da empresa havia sido em 1979, quando uma explosão de gás na mina de carvão Appin, na Austrália, matou 14 pessoas. Novas explosões de gás em minas de carvão na cidade australiana de Moura mataram 12 pessoas em 1986, e outras 11 em 1994.
Segundo reportagem do Jornal "O Estado de Minas" a sujeira nos postes de iluminação já dava ideia da onde a lama de rejeitos de minério que vazou das duas barragens da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, chegou a Bento Rodrigues. Apenas dois palmos acima dos mastros estão limpos. As folhas verdes das árvores maiores, como uma mangueira, contrastam com o marrom dos resíduos da mineração que ficaram nos troncos. A Escola Municipal Bento Rodrigues ficou completamente destruída. Restaram apenas as lousas brancas e o quadro de calendário. Da Igreja de Nossa Senhora das Mercês sobrou apenas parte das paredes.
A reportagem do Estado de Minas conseguiu entrar em Bento Rodrigues depois que os moradores foram proibidos de voltar ao local por segurança, na quarta-feira, e viu de perto a devastação provocada pela avalanche. Casas estão sem telhado, brinquedos de crianças, roupas e até dois potes lotados de balas estão espalhados em meio à lama e ao entulho. Na cidade, o único barulho é dos pássaros e das máquinas pesadas que abrem as ruas para os militares poderem acessar os locais para as buscas. Na chegada, na parte alta, já dá para ter ideia da correria e do
desespero dos moradores. No alto, os imóveis estão com portas e janelas fechadas. Carros foram deixados para trás, assim como objetos pessoais. No centro comunitário, que está com as portas abertas, dá para notar as cadeiras espalhadas.
Quando se começa a descer as ruas do distrito, a cena é de devastação e isolamento. Quando se chega perto do rio, as marcas de barro vão aumentando nas paredes das casas. Começam a um metro e terminam com quase 10 metros. A sujeira no tronco de árvores de grande porte impressiona apenas as folhas verdes limpas, o que aguçou ainda mais a cor.
A Escola Municipal Bento Rodrigues foi invadida pela lama e ficou sem telhado. Paredes foram destruídas, assim como os portões. Mesmo assim, as lousas brancas usadas pelos professores para passar conhecimento aos estudantes ficaram intactas, talvez, para lembrar que a cidade entrou para história de Minas Gerais e do país inteiro. Outro quadro verde escrito ‘“calendário’ também não sofreu avarias e sobreviveu à enxurrada. Descendo um pouco mais pela rua, dá para notar várias casas destruídas. Em uma delas, que também está sem telhado, a cena de tristeza é constratada por um quadro, que continua pregado na parede. Em outro imóvel, o banheiro está exposto. O espelho, parcialmente quebrado, reflete a imagem de um distrito abandonado e destruído.
Na foto abaixo o vídeo de um morador quando da passagem do "tsunami" de lama.