6 de Março de 2016 às 19:06

BHCG para perda de peso: Mitos x Verdades x Riscos:

Uma prática criminosa!

Alguns profissionais de saúde tem prescrito BHCG para perda de peso. Esse é o hormônio gonadotrofina coriônica e é produzido pelo organismo durante a gestação.

A aplicação do hormônio é associada à prescrição de uma dieta de muita baixa caloria, em alguns casos chega a ser de 500kcal por dia.

Sejamos críticos: quem não emagrece com uma dieta de muito baixa caloria? Essas dietas são muito comuns em SPA’s onde o objetivo é a perda de peso rápida, normalmente para algum compromisso ou evento social. Entretanto, os pacientes são monitorados e avaliados tanto com exame clínico quanto com exames laboratoriais, sódio, potássio, glicemia, pressão arterial e outros.

São dietas que podem colocar em risco a saúde do paciente como, por exemplo: se houver uma queda de potássio, o paciente pode fazer arritmia cardíaca e parada cardíaca, levando-o ao óbito.

Além disso, dieta de muito baixa caloria faz um catabolismo muscular, por isso, as pessoas perdem peso rápido e de uma forma expressiva, perdem músculo. Mas o músculo é o que consome energia em nosso corpo. Assim, há desaceleração metabólica com esse tipo de intervenção. E consequentemente, efeito sanfona com reganho de peso. É apenas mais uma dieta da moda que não se sustenta em longo prazo.

Além disso, já foi provado pelas sociedades médicas que o uso do BHCG por si só não faz o paciente perder peso, mas sim a dieta prescrita que tem pouquíssimas calorias.

Nesse cenário o que mais nos assusta é o uso de um hormônio. A gonadotrofina coriônica tem efeitos trombogênicos e pode causar trombose cerebral, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio. Esses efeitos não são doses dependentes ao contrário do que se propaga. E colocam a vida do paciente em risco.

É um crime condenado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e pela Associação de Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica o uso do HCG com essa finalidade.

Seres humanos não podem ser cobaias de maus profissionais. A medicina deve ser conduzida de forma séria e responsável mediante consensos e diretrizes que evidenciam o melhor caminho a ser trilhado. Mesmo que seja constituída de verdades transitórias, essas verdades momentâneas devem ser respeitadas até que novos consensos sejam erguidos dos trabalhos científicos sérios e responsáveis.

Ressalto ainda que o ser humano é provido de livre arbítrio, porém colherá os frutos das suas sementeiras.