12 de Novembro de 2025 às 17:25

Ao receber comenda Alisson Paulinelli, cafeicultor e voluntário Ricardo Bartholo conta história de superação e cura de câncer agressivo

Após vencer o câncer, o cafeicultor foi homenageado com a Comenda Alysson Paulinelli por sua trajetória exemplar no campo e na vida.

Foi agraciado com a Comenda Alysson Paulinelli o cafeicultor e voluntário Ricardo Bartholo.
A outorga da comenda aconteceu durante a abertura do seminário Café do Cerrado, em sua 33ª edição, na manhã de quarta-feira, 11 de novembro. A placa foi entregue pelo presidente da Acarpa, Osvaldo Ninin, e demais diretores.

O cafeicultor Ricardo Bartholo sempre foi um voluntário de primeira hora. Participou da diretoria da Acarpa, foi presidente da Expocaccer e também provedor da Santa Casa de Patrocínio, além de outros serviços prestados à comunidade.

No momento da comenda, Bartholo estava acompanhado de sua esposa Júlia, filhos e demais familiares.
Emocionado, contou que, no mês de abril deste ano, descobriu e iniciou o tratamento de um câncer. De forma exemplar, disse que o câncer é tratável e que as pessoas que tiverem a doença devem levantar a cabeça, procurar apoio da família e de Deus, confiar na medicina e seguir firmes no tratamento. Bartholo está curado.

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer do sistema linfático (linfonodos), caracterizado pela presença de células de Reed-Sternberg. Embora seja um câncer agressivo e de crescimento rápido, é um dos tipos de câncer que têm boa resposta ao tratamento, principalmente em indivíduos mais jovens.

Comenda Alysson Paulinelli O Pai da Agricultura do Cerrado

Alysson Paulinelli foi uma figura central na agricultura brasileira e mundial, reconhecido por liderar a revolução agrícola tropical sustentável no Brasil, com foco decisivo na região do Cerrado.

Formação e Carreira Pública

Formação: Engenheiro agrônomo, formado em 1959 pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), onde também foi professor.

Cargos de Destaque:

Secretário de Agricultura de Minas Gerais (1971–1974).

Ministro da Agricultura do Brasil (1974–1979).

Deputado Federal Constituinte por Minas Gerais (1987–1991).

O Legado: Embrapa e POLOCENTRO no Cerrado

Paulinelli é a figura central por trás da transformação do Brasil de importador para potência agropecuária, concentrando seu trabalho em duas frentes vitais para o Cerrado, que era considerado infértil:

Consolidação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária):

Foi o visionário que fortaleceu a Embrapa (criada em 1973) e direcionou seu foco para a ciência tropical necessária ao Cerrado.

Articulou o treinamento de centenas de pesquisadores no exterior para desenvolverem soluções genuinamente brasileiras.

O principal resultado dessa pesquisa foi a criação de técnicas como a calagem (correção da acidez do solo) e o desenvolvimento de cultivares adaptadas, tornando o solo do Cerrado produtivo.

Criação do POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados):

Paulinelli foi o articulador político que lançou este programa (início da década de 1970).

O POLOCENTRO forneceu crédito subsidiado e infraestrutura (estradas, silos) necessários para incentivar a aplicação em larga escala da tecnologia da Embrapa.

Isso transformou a vasta área do Cerrado, antes considerada infértil, no celeiro do país.

Reconhecimento

Seu trabalho permitiu a autossuficiência alimentar e transformou o país em uma potência agroalimentar global.

Recebeu o World Food Prize em 2006 (o “Nobel da Alimentação”).

Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021 e 2022.

Falecimento: Morreu aos 86 anos, em 29 de junho de 2023.