# Eustáquio Amaral

MAIS UM ANJO QUE PATROCÍNIO CONHECEU

8 de Agosto de 2021 às 20:19

 

      

 

Religiosidade. Cada  um tem a sua. Todas merecem total respeito. Em Patrocínio viveram algumas pessoas de aura mais intensa. Ou seja, pessoas de luz mais forte. No popular, pessoas bondosas e santas. Padre Eustáquio, que tem muito a ver com a cidade, é o maior exemplo. E um de seus discípulos, quiçá o maior, que também viveu em Patrocínio, é outro belo exemplo. Padre Eustáquio faleceu em 30 de agosto de 1943. Esse, faleceu, recentemente, em 07/6/2021. Ambos em BH. Padre Lúcio é o seu nome. Com informações de Lucélia Borges Pereira, autora do livro “Bem-Aventurado Eustáquio”, residente à Rua Presidente Vargas, um pouco sobre o carismático Padre Lúcio Dumont Prado.

 

ORIGEM – Nasceu em Araxá em 04/5/1941. Filho de Ariovaldo Prado e Inah Dumont Prado, teve cinco irmãos. Nesse mesmo ano (1941), Padre Eustáquio estava vivendo na região pela segunda vez. Nessa ocasião, o santo padre holandês o abençoou e, em oração, vaticinou que Lúcio seria da Congregação Sagrados Corações.

 

PATROCÍNIO EM SUA VIDA – Após a Segunda Guerra Mundial, a família passou a residir à Rua Presidente Vargas, 780. Exatamente, onde moram hoje as históricas Magda e Lia Novaes, que ainda mantem lá os traços do inesquecível Armazém Santa Terezinha (um comércio com mais de setenta anos de existência).

 

ESTUDANTE DO HONORATO BORGES – Aluno da professora Irma Carvalho (cunhada do intelectual Gerson de Oliveira), Lúcio Dumont foi colega/amigo de Marcos Borges Alves (filho do sr. Mirote Alves do Nascimento; Marcos hoje residente no Rio de Janeiro) e de Israel Machado Caldeira (professor residente em BH). No caso de Israel, em 1948, colega de Lúcio no primeiro ano escolar. Sempre aluno bem aplicado.

 

CAMINHADA DA FÉ – “Fazia-me ensiná-lo até decorar as primeiras orações. Gostava de rezar. Como coroinha, levantava cedo para ajudar à Missa, como devoto de Maria Santíssima. Não dispensava o terço e a bênção do Santíssimo todas as tardes. Preparou-se com responsabilidade para a Primeira Comunhão, que ocorreu no dia 17 de junho de 1948, na Igreja Matriz.” Palavras de sua mãe D. Inah.

 

A CAMINHO DE DEUS – Anteriormente, participou do “Grupo dos Tarcísios”, sob a orientação da professora Célia Lemos Borges (irmã da professora Tuniquinha Borges Pereira). E aos oito anos de idade, ingressou no Seminário Cristo Rei da Congregação dos Sagrados Corações, no interior de São Paulo. Isso a convite (para a família) dos padres Cornélio e Bertrando Lindeman (vigário holandês da paróquia de N. S. do Patrocínio de 1967 a 1980). Lá o menino Lúcio tornou-se o caçula da turma. Por isso, o Pastor o carregava no ombro, devido aos cuidados especiais e carinho (com a criança).

 

O AUGE ECLESIÁSTICO – Lúcio foi ordenado padre em 4 de julho de 1965. Assim a profecia de Padre Eustáquio em 1941 confirmou-se.

 

SUA MISSÃO, SUAS REALIZAÇÕES – Padre Lúcio foi o idealizador da construção da Igreja N. S. Rainha da Paz, padroeira no bairro Caiçara em BH (1980). Também foi vice-postulador da Causa de Padre Eustáquio para beatificação, de 1997 a 2008. Superior Provincial da Congregação de 2001 a 2008. E pároco na Igreja Padre Eustáquio na capital mineira (2006/2010).

 

PLENA AFINIDADE COM O BEATO – Padre Lúcio foi o idealizador e responsável pela construção do Memorial de Padre Eustáquio, inaugurado em 28/8/2007, que é sempre visitado por milhares de pessoas. Líder Espiritual da Casa de Acolhida Padre Eustáquio para crianças enfermas com câncer. Autor do hino “Súplica a Padre Eustáquio”, e, do hino da Congregação dos Sagrados Corações.

 

 
   

NOS ÚLTIMOS TEMPOS... – Com a igreja lotada, Padre Lúcio celebrava a Adoração ao Santíssimo (com a bênção) na Igreja Padre Eustáquio, em BH, que é o Santuário Saúde e Paz, nas tardes de domingo (após uma delas, este cronista esteve particularmente com o bondoso e meigo sacerdote na sacristia da Igreja. E o assunto “Patrocínio” não faltou).

 
   

 

SUA PRESENÇA NA DIVULGAÇÃO DE PADRE EUSTÁQUIO – Nos anos 80, este minifúndio (esta crônica) publicou uma série intitulada “Um Santo que Patrocínio Conheceu”, que antecedeu às (todas) publicações patrocinenses sobre Padre Eustáquio. Em diversas semanas subsequentes, então, no “Jornal de Patrocínio”. Houve repercussão (até um leitor editou um livreto dessas crônicas). A base para essa série foi apresentada a este autor, pessoalmente, pelo Padre Lúcio Dumont. Já sobre o livro de Lucélia Borges, em 02/5/2012, escreveu: “Li o livro. Com certeza pode encaminhá-lo para edição. Será uma contribuição muito interessante e valiosa...”  

 

O CREPÚSCULO, A PÁSCOA – Em 07 de junho de 2021 (noite de segunda-feira), Padre Lúcio faleceu em Belo Horizonte, aos 80 anos de idade. Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério Bonfim (na capital). Como disse a escritora Lucélia nessa data: “Padre Lúcio está no Coração de Deus, definitivamente com os Sagrados Corações!

 
   

 

FONTES – Texto de Lucélia Borges e arquivo deste cronista.

 

([email protected])   *** Crônica também publicada na Gazeta de Patrocínio, edição de 31/07/2021.