# Eustáquio Amaral

Existe Ainda Gente Extremamente Pobre e Analfabeta

8 de Maio de 2020 às 15:15

Conhecimento. Nunca é demais tê-lo. A vida é um eterno aprendizado. Por isso, é muito bom dar um passeio pelas informações disponíveis sobre a querida Patrocínio. Informações, essas oficiais, de diversas áreas. A renomada Fundação João Pinheiro-FJP é a fonte. Como demonstração, alguns pontos são selecionados e analisados.

POPULAÇÃO NO CENSO 2020 – A última taxa média anual de crescimento apurada foi de 1,096%. A última estimativa do IBGE ocorreu em 2018: 90.041 habitantes. Assim, espera-se que o Censo apontará, no final do ano, população real entre 94.000 a 97.000 habitantes. Portanto, a população rangeliana não chegará aos 100.000 habitantes. Isso é positivo.

SENSACIONAL: EDUCAÇÃO BÁSICA – Em Patrocínio, 100% das crianças e jovens de 4 a 17 anos estavam cursando a educação básica (acesso ao ensino) no ano de 2017. Acredita-se que esse indicador se mantém, hoje.

MAS HÁ ANALFABETOS... – Felizmente, o analfabetismo está em queda. O percentual passou de 2,73% (2014) para 2,03% (2017). Isso mostra que o Censo poderá identificar cerca de 1.500 pessoas que não sabem ler e escrever, inscritos no Cadastro Único. Entretanto, no geral, a performance patrocinense no contexto mineiro não é ruim.

DEIXANDO DE SER POBRE – A população pobre e extremamente pobre, inscrita no Cadastro Único, está também em queda. Passou de 7,74% (2014) para 5,14% (2017). Em comparação com os outros municípios mineiros, a situação patrocinense é boa. O Censo 2020 poderá apontar algo em torno de 2.000 pessoas pobres e extremamente pobres no Município. Tomara que seja menos.

PESSOAS EMPREGADAS – Na idade produtiva (18 a 64 anos) e sem ocupação (formal) de Patrocínio, houve queda da mesma forma. De 5,32% (2014) para 3,6% (2017). Mas, ainda há desempregados. Calcula-se algo em torno de 2.500 pessoas nessa faixa etária sem emprego.

SEM SANEAMENTO BÁSICO – Os números da FJP demonstram que podem haver ainda quase 150 pessoas pobres e extremamente pobres, inscritas no Cadastro Único, que não têm a cobertura de serviços de saneamento básico no Município. Pois, em 2017, o percentual de pessoas em situação de vulnerabilidade era apenas de 0,25%. Isso coloca a cidade, entre as melhores de Minas. Porém, essa pequena deficiência poderá ser realidade.

MAIS COISAS 100% – Segundo a FJP, toda a população residente em domicílios tem coleta direta e indireta de lixo. Essa população é também atendida plenamente com rede de água e esgoto. Tudo 100%.

CALCANHAR DE AQUILES – Patrocínio tinha somente 43% de seu território com cobertura vegetal por flora nativa, em 2017. Hoje, o percentual possivelmente é menor. Esse fato coloca o Município na área vermelha (de atenção) no Estado. Como se sabe, a cobertura por flora nativa é fundamental para a preservação da biodiversidade, proteção contra erosão, conservação dos riachos e nascentes, e melhoria do conforto da temperatura, dentre outras benesses.

DAÍ – Em 2017, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS vindo pelo critério “Meio Ambiente” foi um desastre: R$ 146.000,00 para a Prefeitura. Enquanto isso, diversas cidades mineiras recebiam de ICMS/Meio Ambiente mais de R$ 2 milhões naquele ano (2017).

BOM PATAMAR – O Índice de Desenvolvimento Humano de Patrocínio-IDH (último apurado) é de 0,73. E o Índice Mineiro de Responsabilidade Social é de 0,70. Esse é um dos melhores dentre os municípios de Minas. O IDH também é bom. Porém, relativamente aos 853 municípios, encontra-se um pouco abaixo do IMRS.

REGIONALIZAÇÃO – Por fim, dentre mais de dez tipos de regionalização, destaca-se que Patrocínio é a cidade polo de uma microrregião denominada Patrocínio. Está na Região de Planejamento “Alto Paranaíba”. Também Patrocínio se localiza na Região Ampliada de Saúde (macrorregião) chamada Triângulo do Norte (Uberlândia). E situada na Região da Saúde (microrregião) denominada Patrocínio/Monte Carmelo. Essa a Secretaria de Estado de Saúde precisa modificá-la, já. Está totalmente superada/alterada. E (nossa) bela cidade pertence à mesorregião (IBGE) Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 14/3/2020.

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