# Eustáquio Amaral

EM PATROCÍNIO CHEGA MAIS GENTE DO QUE SAI

16 de Fevereiro de 2021 às 00:12

Informação. Quem a tenha, quem sabe usá-la, vive melhor. Seja um município, seja um cidadão. Com informações recentes da Fundação João Pinheiro (dezembro de 2020), é bom destacar a face positiva de Patrocínio em alguns quesitos socioeconômicos e de gestão pública. Para tanto, é considerada a Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas. Essa divisão regional do IBGE, infelizmente, não está bem ajustada com a realidade do Alto Paranaíba. Mas, é o que oficialmente é adotado. Receita Corrente Líquida, despesa com pessoal, gastos com Saúde, água para todos (universalizada), cobertura de esgoto acima de 70% e imigrantes mostram a importância da cidade na região.

PATROCÍNIO LIDERA: ÁGUA POTÁVEL – Nessa região do IBGE, 15% dos 34 municípios possuem cobertura urbana universalizada de água. Ou seja, em toda a área urbana desses poucos municípios há água disponível. São cinco: Patrocínio, Rio Paranaíba, Presidente Olegário, Cabeceira Grande e Lagoa Formosa. Isso é destaque. Pois, municípios como Patos de Minas (Copasa), Unaí, Paracatu, São Gotardo, Carmo do Paranaíba e Coromandel ainda não atingiram o estágio patrocinense. Nesse contexto, é planejar e ter atitudes para não faltar água em futuro breve na cidade.

ESGOTO: VICE-LÍDER – Em 2020, os maiores percentuais de tratamento para o esgoto foram observados pela FJP em Lagoa Formosa (80%) e Patrocínio, que teve 78% do seu esgoto tratado. Dois anos antes (2018), Lagamar estava com 100% de esgoto tratado. E oito municípios (dos 34) não tinham nenhum tratamento. Os demais, inclusive os grandes municípios, têm tratamento porém em menor percentual do que Patrocínio.

AUSÊNCIA – Na região, apenas em nove municípios existe Política Municipal de Saneamento Básico. Patrocínio não a tem. Todavia, tem Plano Municipal de Saneamento Básico, juntamente com outros vinte municípios. Os dados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) – Patrocínio está bem nessa variável (quesito) de gestão pública. Encontra-se dentre as quatro maiores da região, situada entre R$ 68 milhões e R$ 380 milhões. Aliás, a RCL de Patrocínio é a vice-campeã: R$ 262 milhões. RCL é o somatório das receitas (tributária, contribuições, serviços, etc.) deduzidas as transferências legais como ICMS e FPM, e, previdência. Isso tudo pertinente à Prefeitura.

INVESTIMENTO POR PESSOA – Os investimentos/inversões per capita (por cidadão, em média) feita pela administração municipal de Patrocínio é significativa nessa região de 34 municípios. Já a despesa per capita na função Educação sinaliza necessidade de ajustes. Patos é pior um pouco na Educação per capita do que o Município. Nesse quesito, Cruzeiro da Fortaleza alcança o 1º lugar, com tranquilidade. Quanto a despesa com pessoal, a Prefeitura municipal encontra-se num patamar satisfatório, dentro da região. Ou seja, com índice de gasto da receita com pessoal na média praticada em diversos municípios dessa região.

SAÚDE: À FRENTE DA GRANDES CIDADES – As despesas per capita (por pessoa) com Saúde posiciona Patrocínio na liderança dentre os grandes municípios da região. A Prefeitura gasta em média, R$ 1.048,00 por cidadão, segundo o Tribunal de Contas. Com valores inferiores, estão Patos de Minas, Paracatu, Rio Paranaíba, Unaí e Coromandel. Devido ao tamanho reduzido das suas populações, seis municípios pequenos estão com valores per capita maiores do que Patrocínio. Dentre os quais Serra do Salitre e o campeão (em recursos gastos per capita), Cruzeiro da Fortaleza. Em Saúde e Educação, Cruzeiro da Fortaleza posiciona-se em 1º lugar.   

FORASTEIROS CHEGANDO... – Segundo a FJP, no período de 2005 a 2010 os 34 municípios atraíram 53 mil pessoas. Patos de Minas recebeu 9.000 pessoas, quase todas de Minas. Metade delas da própria região. Patrocínio se colocou em 2º lugar. Ou seja, foi o segundo município que mais recebeu imigrantes.

DIFERENÇA DE IMIGRAÇÃO – Patrocínio recebeu a metade de seus imigrantes de outros estados brasileiros (44%). E imigrantes de outras regiões mineiras (36%). Assim, os imigrantes que chegaram a Patrocínio, 80% vieram de longe. Embora Patos tenha sido o município que mais recebeu imigrantes (quase todos de Minas), também foi o município que mais teve pessoas deixando a cidade: uma emigração de quase 10.000 pessoas.

CONCLUSÃO – Patos na disputa entre imigração x emigração ficou do mesmo tamanho. Em Patrocínio a imigração foi acentuadamente maior. Portanto, chegaram mais pessoas a Patrocínio do que saíram (daqui) para outros municípios. Muito provavelmente, é indicador de crescimento da taxa populacional. O próximo censo responderá. 

Primeira Coluna também publicada na Gazeta, na edição de 6/2/2021.

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