# Eustáquio Amaral

Cidade de Patrocínio Comemora 144 Anos

16 de Janeiro de 2018 às 23:07

Aniversário. Dia 12 de janeiro, a cidade de Patrocínio completou 144 anos de existência. Mesmo sendo uma data cívica importante, a segunda mais importante do Município, apenas Sebastião Elói no passado e este teimoso escriba tem prestado homenagem justa e devida à terra. Infelizmente.

ANTECEDENTES – A cidade foi instalada 32 anos após a emancipação municipal em 7 de abril de 1842. E 206 anos depois do primeiro homem civilizado pisar o chão da Santa Terrinha, que foi o bandeirante Lourenço Castanho Taques, a caminho de Paracatu, em 1668.

MUNICÍPIO E VILA – Ao emancipar-se de Araxá, pela Lei Provincial nº 171 de 23 de março de 1840, foram criados o Município e a Vila Nossa Senhora do Patrocínio. Na época, havia 357 casa na vila. O primeiro presidente da Câmara Municipal e agente executivo, capitão Francisco Martins Mundim, passou a comandar Patrocínio. Segundo alguns historiadores, a prefeitura e a residência do mandatário localizavam-se no casarão da Praça Matriz, atual Casa da Cultura (que Deus o conserve!).

CONTURBAÇÃO (I) – De 1842 a 1874, diversas ocorrências, sobretudo de intranquilidade, tornaram-se históricas. Em 1852, no Distrito patrocinense de Bagagem (hoje, Estrela do Sul) foi encontrado o maior diamante do Brasil naquele tempo e um dos maiores até agora. Por causa do tráfego de pedras preciosas, havia muitos bandidos nas estradas da região. Entretanto, corajosos voluntários de Patrocínio venceram (eliminaram) o principal bando, em 1853. Pouco depois, em 1858, Estrela do Sul emancipou-se de Patrocínio, levando Araguari e Monte Carmelo consigo.

CONTURBAÇÃO (II) – Pela Lei nº 1.291, de 30 de outubro de 1866, surgiu o município de Patos de Minas, que foi desmembrado de Patrocínio. A família Maciel teve decisiva participação na emancipação. Antes, porém, aconteceram diversas sedições (movimentos bélicos) chamados de “fogos”. Há versões históricas de que a Vila de N. S. do Patrocínio foi invadida pelos patenses em busca da liberdade. De certo teve o “Fogo do Mundim” em 1855. Já em 1858, houve trinta horas de ferrenho combate. Quando 60 patrocinenses resistiram heroicamente a invasão de 140 pessoas armadas comandadas por dois juízes. O Largo do Rosário foi o palco principal (Praça Honorato Borges).

MUNICÍPIO E CIDADE – Em 13 de novembro de 1873, a Lei Provincial nº 1.995 criou a cidade, que foi instalada definitivamente em 12 de janeiro de 1874. Com muita festa.

EXPLICAÇÃO – Patrocínio emancipou-se em 1842. Portanto, em abril comemorará 176 anos. A Lei Provincial (de Ouro Preto) criou o Município e a Vila (arraial) de N. S. do Patrocínio. Assim, um município sem cidade. Naquele tempo do Império era possível proceder dessa maneira. Apenas 32 anos depois, a vila foi transformada em cidade, também por Lei Provincial de Minas Gerais.

RETRATO DA ÉPOCA – Padre Modesto Marques era o vigário da Paróquia. Existia uma banda de música. A prefeitura e a Câmara Municipal funcionavam no casarão da Praça da Matriz (posteriormente, o casarão foi um pouco modificado). A Igreja Matriz tinha duas torres. A agropecuária era a base total da economia. A população girava em torno de 5.000 habitantes, pois o município abrangia o que é hoje Coromandel, Abadia dos Dourados, Serra do Salitre e Cruzeiro da Fortaleza. E Dr. Antônio Pinto Dias era o juiz municipal.

HISTÓRIA NARRADA – Não há registro conhecido de quem era o agente executivo (prefeito) de Patrocínio naquela ocasião. Muito possivelmente, era Bernardo Bueno da Silva. Sebastião Elói, o maior jornalista rangeliano, contou a este escriba, que a coordenação pelo trabalho para o surgimento da cidade coube ao então agente executivo Bernardo, político de prestígio na capital da Província, Ouro Preto. Ele era tio-avô do jornalista José Elói dos Santos (começo do século XX), que era pai de Sebastião Elói, o fundador da Gazeta de Patrocínio. O diretor do Maisumonline, José Elói, é neto do mesmo (José Elói) e sobrinho de Tião Elói.

 ASSIM – Bernardo Bueno (da família Elói), vereador, foi o primeiro prefeito da cidade de Patrocínio, na época chamado de agente executivo. Conclusão, na mudança de 1874, Bernardo já era e continuou sendo o agente executivo de Patrocínio.

 

PALAVRA FINAL EM DOIS LANCES

 

1 – CHEGOU A HORA – O glorioso CAP estreia no campeonato mineiro da Elite, dia 17, quarta-feira. O adversário é o campeão brasileiro da série B, América. Com muita honra, estaremos no Independência (BH). E torcendo muito para a Águia.

2 – NOVO GUERREIRO – “Precisamos do Bosque da Matinha revitalizado, arborizado, com pista de caminhada. É hora de agir em prol desta terra.” André Cunha em sua coluna Análise Livre, na Gazeta, edição de 06/1/2018. Pensar verde é vida. É evolução.

Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 13/1/2017.

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