1 de Março de 2019 às 16:05

O problema da criminalidade infantil no Brasil

A ocorrência de crimes envolvendo crianças e adolescentes não para de crescer. Os números chamam a atenção pela gravidade dos problemas apresentados

A ligação entre menores carentes e criminalidade não é algo novo no Brasil. O cinema já retratou isso em várias produções, como os filmes Pixote, Cidade de Deus e outros. O perfil desses adolescentes quase sempre envolve a vida nas ruas, falta de estrutura familiar, miséria, drogas. Muitas vezes, por serem inimputáveis, os menores são considerados peças de valor em gangues criminosas. Se tiverem entre 12 e 18 anos, ainda podem ser encaminhados, por ordem judicial, para internação em estabelecimento educacional, mas se tiverem menos de 12 anos não podem sequer sofrer qualquer tipo de restrição à liberdade. Assim, amparados pelas proteções legais, esses pequenos infratores agem livremente, sem que ninguém consiga controlá-los.

O problema demanda uma série de desdobramentos na vida em sociedade. Em nossa cidade não é diferente! Há falta de perspectiva leva muitas pessoas aos vícios e aos conflitos com a lei. 

A ocorrência de crimes envolvendo crianças e adolescentes não para de crescer. Os números chamam a atenção pela gravidade dos problemas apresentados. Assaltos, roubos, homicídios, brigas envolvendo gangues, tráfico de drogas e outros males que afligem nossa sociedade. É necessário repensar as políticas públicas e cobrar de nossos governantes uma melhor gestão dos cuidados das nossas crianças e adolescentes.

Sempre houve um debate acalorado sobre a importância da família no apoio e ajuda aos filhos que apresentam problemas com maior gravidade. Isso não é novidade, sabemos que em muitos casos, nem a família aguenta mais, e acaba “entregando” o filho (a) pro mundo da marginalidade e do crime.

Ao estudarmos temas que envolvem os impulsos humanos e a reação comportamental de alguns, percebemos que devemos cuidar e zelar da nossa saúde psíquica. São através de nossos desejos, sonhos e vontades que devemos domar nossos instintos. E muitas vezes, esses menores não sabem lidar com o problema da falta de perspectiva e da própria descoberta como um sujeito de valores.

Muito importante o apoio da escola, dos professores, do Judiciário que deve tomar as medidas necessárias para tentar amenizar a dor de muitos e acima de tudo, promover uma cultura de cuidado e melhorias para aqueles que mais necessitam. O mundo do crime oferece dinheiro fácil, mas suas consequências são terríveis para a vida da pessoa. Por isso, a importância do diálogo, ao perceber atitudes que denotam uma criminalidade infantil, denuncie e faça sua parte.

Em mundo cada vez mais individualista, pensar nos outros é uma afronta ao status quo, não deixe-se levar pela paralisia, afinal apostar em nossas crianças e adolescentes é o melhor caminho para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

A criminalidade infantil é um reflexo de uma sociedade doente. Esses problemas precisam ser sanados e devemos acreditar que o futuro depende do nosso presente. Como dizia Pitágoras, pai do conceito de Justiça, norteadora do Direito, declarou: “educai as crianças e não será preciso punir os homens”.