4 de Julho de 2016 às 20:26

Morre em Uberlândia Rondon Pacheco, ex-governador de Minas e chefe do Gabinete Civil do presidente Costa e Silva

Será velado no Palácio dos Leões em Uberlândia

(foto: Correio de Uberlândia)

O ex-governador de Minas Gerais Rondon Pacheco, de 96 anos, nascido em Uberlândia morreu na madrugada desta segunda-feira (4) em sua cidade natal. Rondon havia recebido alta hospitalar no dia 29 de junho, após 21 dias internado com sintomas agravados de pneumonia.  O velório do ex-governador será no Palácio dos Leões, localizado na Praça Clarimundo Carneiro, setor central de Uberlândia, a partir das 10h desta segunda-feira.

Um pouco de sua História

Rondon nasceu em Uberlândia no ano de 1919 e é filho de Raulino Cotta Pacheco e Nicolina dos Santos Pacheco. Iniciou o curso de Direito na terra natal e, em seguida, foi para a capital Belo Horizonte onde concluiu os estudos, advogou e iniciou a carreira pública.

Era considerado uma figura incômoda pela linha dura do regime militar. O chefe do Gabinete Civil do presidente Costa e Silva foi quem sentou com o ministro da Justiça, Gama e Silva, antes da reunião do Conselho de Segurança e retirou os pontos mais duros da primeira proposta do Ato Institucional nº 5. Entre os itens que foram modificados, estava o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Rondon Pacheco, chefe do Gabinete Civil, acompanhou o tom ponderado do seu conterrâneo e antigo companheiro político Pedro Aleixo, vice-presidente da República.

Foi um dos votos mais reticentes. Declarou, durante a reunião do Conselho de Segurança, que não teve "outro rumo a tomar, outro caminho a escolher" senão o de aceitar o ato. Quando o presidente ia passar para outro ministro, Pacheco pediu de volta o direito de fala e fez outra ponderação - propôs um prazo de um ano para a vigência do ato, mas infelizmente o Conselho de Segurança aprovou o AI-5 sem a determinação do prazo de um ano proposto por Rondon Pacheco.

Por ter sido deputado federal, o advogado Rondon Pacheco amortecia a relação do governo Costa e Silva com o Congresso. Funcionava como uma ponte entre o Executivo e o Legislativo, tentando aparar radicalismos. Foi dele a proposta de emenda que estabelecia a vigência de um ano para o AI-5, idéia refutada pelo presidente.

Era um dos três mineiros que compunham o Conselho de Segurança. É considerado por amigos e aliados político bastante hábil e diplomático. Apesar de sua postura branda contrastar com o tom do governo Costa e Silva, nunca foi de encontro às posições do presidente.

Rondon Pacheco fez sua carreira distante das fardas e patentes. Nasceu em Uberlândia em 31 de julho de 1919 e mudou-se para Belo Horizonte em 1937, onde ingressou na faculdade de direito. Foi presidente do Centro Acadêmico Afonso Pena, quando já participava da oposição ao Estado Novo.

Começou na política partidária filiando-se à UDN (União Democrática Nacional), partido que ajudou a fundar, ao lado de Pedro Aleixo, em 1945. Na época, foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros, documento de contestação a Getúlio Vargas, que defendia o fim da ditadura do Estado Novo.

Foi eleito deputado federal por Minas Gerais em outubro de 1950. Permaneceu no cargo até 1967, quando foi convidado a ocupar a chefia do Gabinete Civil da Presidência.

Foi adepto do movimento político-militar que depôs João Goulart, em 1964. Mas, ao contrário da linha dura, fez parte do bloco parlamentar de sustentação à política de Castello Branco, grupo capitaneado pelos deputados da UDN Pedro Aleixo e Bilac Pinto. Foi, durante o governo de Castello, um dos responsáveis por editar a Constituição de 67.

Rondon Pacheco encerrou sua gestão no Gabinete Civil em 30 de outubro de 1969, quando Medici assumiu a Presidência. No dia seguinte, reassumiu seu mandato parlamentar.

Em 14 de agosto de 1969 pelo decreto lei 762 criou a Universidade de Uberlândia (UnU) posteriormente Universidade Federal de Uberlândia quando foi ministro-chefe do gabinete do presidente Arthur da Costa e Silva.

Como Governador de Minas Gerais implantou a fábrica a Fiat Automóveis S.A. na década de 70. Antes de tomar posse, visitou Gianni Agnelli (1921-2003), presidente da Fiat, em Turim, dando início a negociações que culminaram com a assinatura, em 14 de março de 1973, do "Acordo de Comunhão de Interesses para a implantação de uma indústria automobilística em Betim, Minas Gerais". O primeiro presidente da empresa foi o engenheiro Adolfo Neves Martins da Costa.

Três anos depois, em 9 de julho de 1976, a fábrica era inaugurada, com a presença de Agnelli e do então presidente brasileiro Ernesto Geisel. A Fiat brasileira é até hoje líder de mercado no Brasil, a maior indústria de Minas Gerais e a maior fábrica da Fiat em todo o mundo.

Pós-68

Em novembro de 1969, após sua passagem pelo Gabinete Civil da Presidência, o então deputado Rondon Pacheco foi indicado pelo presidente Medici à presidência da Arena (Aliança Renovadora Nacional). Em julho de 1970, foi escolhido por Medici candidato oficial para o governo de Minas Gerais.

Governou Minas Gerais de 1971 a 1975. Uma das realizações mais lembradas do seu governo foi a instalação de uma fábrica da Fiat em Betim, zona metropolitana de Belo Horizonte.

Concluída sua gestão em Minas, foi nomeado por Medici para a presidência da Usiminas, em 1976. Com a extinção do bipartidarismo, em 1979, ingressou no PDS (Partido Democrático Social), de orientação governista. Em 1982, elegeu-se deputado federal, seu último cargo político.

Candidatou-se ao Senado Federal, em 1986. Experimentou sua primeira derrota política, apesar de receber mais de 600 mil votos.

É casado com Marina de Freitas Pacheco, com quem vive até hoje em Uberlândia. Teve três filhos.

Historia – Fonte :Wikipédia e Folha Uol


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